Parte da sociedade brasileira se sensibilizou, de algum modo, com o movimento social que se originou com o aumento das passagens dos transportes coletivos em algumas das grandes capitais do Brasil, em junho de 2013. No mesmo período, estabeleceu-se também uma repulsa aos esquemas de corrupção em diversos setores, e um dos principais motivos de crítica foi o que ficou conhecido como sendo o padrão FIFA (Fédération Internationale de Football Association) de estádios de futebol, caracterizado pelo investimento de grandes montantes de dinheiro para a construção de tais locais no modelo capitalista de produção, os quais seguem a lógica do consumo no segmento da indústria do entretenimento. A relevancia do tema é que grande parte dessas megaconstruções, por falta de projetos esportivos para utilização direcionada na formação de atletas ou na recreação esportiva da população local, são pouco usadas após a ocorrência do evento central para o qual foram construídas. Portanto, uma sociedade democrática deveria saber priorizar os setores de investimentos para o seu próprio desenvolvimento social e econômico. Parte-se do pressuposto metodológico de base empírica ao se constatar a diferença que ocorre nos grandes investimentos dessas construções daquelas que atendem grande parcela da população, como por exemplo, escolas e hospitais. Conclui-se que no exercício da sociedade democrática todo investimento em prédios e equipamentos deveria estar associado a melhoria da qualidade de vida de toda a população.
Palavras chaves: Futebol; Educação do Corpo; Movimentos Sociais; Política Pública