Em ano de copa do mundo no Brasil – e nem é preciso explicar que é de futebol e que serão atletas homens jogando, pois isso seria quase um pleonasmo – escolhemos abordar nessa comunicação um futebol que é duplamente invisível: o futebol amador praticado por mulheres. Fruto de um trabalho etnográfico desenvolvido em 2006 e 2007 os dados aqui discutidos versam sobre os gerenciamentos de alguns aspectos que estão presentes no cotidiano de um grupo de mulheres que se reúnem nos finais de semana para praticar futebol: o gostar de jogar futebol e a homossexualidade. A questão do ‘saber jogar’ e ‘gostar de jogar’ são centrais de serem visibilizados por todo o grupo. Tanto nos jogos, quanto nos treinos as mulheres apresentam suas habilidades com o futebol e demonstram a vontade que possuem em estar no campo treinando e jogando. Já em relação às questões da sexualidade, há um gerenciamento. Existem momentos e locais no contexto do grupo para visibilizar, ou não, a orientação sexual, seja a partir de questões de gênero, ou ainda, seja a partir de relações de afetos com companheiras. Concluímos afirmando que no futebol praticado por elas, nos momentos de lazer, há inúmeras questões em jogo que extrapolam o campo. E que dar, ou não, visibilidades a essas questões são opções de gerenciamento que o grupo estipula.