O artigo apresenta a designação da Colômbia em 1974 como sede do Campeonato Mundial de Futebol de 1986 e sua renúncia em 1982 com o intuito de identificar neste episódio mais uma manifestação daquela tradição latino-americana na qual os governos apelam ao entretenimento esportivo moderno como recurso propor imagens do país que acabam por esbarrar nas profundas contradições e conflitos instalados na sociedade. Embora pareça um episódio adormecido no passado, a renúncia da Colômbia à Copa do Mundo de 1986, acontecimento inédito na história, reaparece periodicamente não só para acusar os governos nacionais quando pretendem realizar eventos de renome, mas também para apontar o país a sua incapacidade de empreender grandes iniciativas.
Palavras chave: futebol; política; conflito; mídia massiva; memória social.