Pesadelo Celeste: entre o excesso de confiança e suas limitações

Podemos contar a história desta partida do ponto de vista da heróica seleção costarriquenha. Falar de sua quarta participação em Copas ou do segundo lugar nas eliminatórias. Enaltecer, sem dúvida, o jovem atacante Joel Campbell que foi a referência do ataque do treinador Jorge Luis Pinto.

Mas a história que a camisa azul celeste carrega, sobretudo em solo brasileiro, exige uma satisfação: o que aconteceu?

A ausência do maior jogador uruguaio, artilheiro da Premier League e uns dos maiores do mundo na última temporada, Luis Suárez não justifica. O Uruguai saiu na frente com o ótimo Edinson Cavani, após cobrança de pênalti sofrido pelo capitão Diego Lugano.

Lugano é o símbolo desta equipe. Exibe orgulho, força e confiança. É um líder que tem currículo respeitável. Mas aos 33 anos não é mais o mesmo. O mercado do futebol é implacável e escancara estas mudanças. Após sua saída do futebol turco em 2011, Lugano foi contratado pelo Paris Saint-Germain, nesta nova fase do investimentos do futebol francês. No entanto, atuou apenas 12 vezes; acabou sendo emprestado para o Málaga e terminou a última temporada no modesto West Bromwich – ao todo, Lugano disputou apenas 32 partidas nas últimas três temporadas europeias.

Lugano não é o responsável pela derrota uruguaia, mas é um símbolo. De um futebol aguerrido que consegue ser igualado eventualmente,  mesmo por uma seleção modesta como a Costa Rica. O gol de empate de Campbell é um retrato desta superação. O abatimento não era físico, e sim psicológico. O bicampeão mundial Uruguai mais uma vez classificado pela repescagem. O bicampeão olímpico mais uma vez num “grupo da morte”. A celeste mais uma vez: lutando mais que jogando.

O futebol foi duro com os uruguaios. Campbell tornou-se um pesadelo da última linha uruguaia. Os gols da virada (Duarte) e o derradeiro(Ureña), após linda enfiada de bola de Campbell, revelam as fraquezas do time sulamericano, cujo futebol se restringiu a lampejos.

Uruguai 1 x 3 Costa Rica

Local: Estádio do Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 14 de junho de 2014, sábado
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
Assistentes: Mark Borsch e Stefan Lupp (ambos da Alemanha)
Cartões amarelos: Lugano e Gargano (Uruguai)
Cartão vermelho: Maxi Pereira (Uruguai)
Gols:
URUGUAI: Cavani, aos 23 minutos do primeiro tempo
COSTA RICA: Campbell, aos 8 minutos do segundo tempo, Duarte, aos 11 minutos do segundo tempo e Ureña, aos 38 minutos do segundo tempo

URUGUAI: Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Gargano (Álvaro González), Arévalo Ríos, Cristian Rodríguez (Abel Hernández) e Stuani; Forlán (Lodeiro) e Cavani
Técnico: Óscar Washington Tabárez

COSTA RICA: Navas; Umaña, Duarte e Giancarlo González; Gamboa, Tejeda (Cubero), Borges, Bolaños (Barrantes) e Junior Díaz; Campbell e Bryan Ruíz (Ureña)
Técnico: Jorge Luis Pinto

https://www.youtube.com/watch?v=PdtlseGcm5Y

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