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Ilustrações

Cartola

Os que foram obrigados ao castelhano eram nativos.
Aqui tudo era estrangeiro. A língua veio com o português que a impôs ao escravo negro, objeto pra ser gasto, também estrangeiro. Aos nativos, a terra de ninguém, arrasada.
Comeu-se o bispo Sardinha, mas a digestão só foi feita adiante, muito depois, por Charles Miller.
O football então virará futebol, porque ludopédio, convenhamos.
De objeto a sujeito, não propriamente; melhor adjunto, que aparece junto ao nome do artilheiro, do craque, "o negro no futebol brasileiro", só admitido assim entre aspas, no ambiente de chinampa. Era o que deveria ter feito Lima barreto, as chuteiras de pregos, os gomos de couro costurados à mão, em sucedâneo a estes preferiu o delírio, a heresia à palavra que só podia vir branca.
Chinampa era a agricultura intensiva praticada no Vale do México, antes da chegada da europeu lá trás, no varandão da saudade de nossa história de dependência. Rendia muito em pouco espaço.
O Flamengo abandona  as palavras engradadas ao inventário de corpos alinhados, disciplinados, abatidos em reverência à esclerose que teima em nos envelhecer.
E envelhecer é acumular cadáveres.
É, por isso, que desconheço "alma" Rubro-Negra. Só Rubro-Negra, matéria, força concreta da história que se impõe. No confronto, conhecemos sempre a síntese que todos sabem qual é. E não se diga a ladainha de quem vive na perversão da utopia, em sua vontade de não fazer nada,  senão numa imensa chinampa lacustre de lágrimas de pobres-diabos.

O Flamengo é como o Cartola, o protagonismo popular, não importa que romântico,  da História.

Ludopédio

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