A decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de equiparar, em 2011, os títulos nacionais entre 1959 e 1970, da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedroso/Taça de Prata, às versões do Campeonato Brasileiro disputados a partir de 1971, trouxe novo recorte à memória do futebol brasileiro. Ela foi potencializada por dois fatores-chave: o avanço dos valores de “mercado” no futebol brasileiro (SOUTO, 2009) e a tentativa de uma parte do jornalismo esportivo forjar um novo hegemon nesse universo a partir dos parâmetros do primeiro (SOUTO, 2018). O acirramento dessa contenda nos remete às reflexões de Michael Pollak (1992) sobre o problema da identidade social em situações-limite, como grupos sociais ameaçados de extinção.