Há grandes expectativas quanto aos legados promovidos pela realização de um megaevento esportivo, tal como a Copa do Mundo de Futebol. Mas, não é tarefa simples a mensuração dos impactos econômicos no país que hospeda um megaevento. O objetivo deste texto é contribuir para o debate acerca dos prováveis efeitos da Copa no Brasil, em 2014. A argumentação se divide em três seções, além da introdução e das considerações finais. Na primeira, é feita uma breve menção às estimativas dos impactos econômicos da Copa do Mundo da Alemanha (2006) e na África do Sul (2010). Na segunda, são examinados os preparativos para a Copa no Brasil, com foco em três aspectos: organização, legislação e infraestrutura. Na terceira, procura-se mostrar que os efeitos esperados da Copa de 2014 foram superestimados nas projeções divulgadas pelo governo federal. Ao final, procura-se questionar o papel do Estado e argumentar que os benefícios e os ônus não são distribuídos de forma equitativa entre segmentos econômicos, entre grupos sociais ou entre as cidades sedes.