Objectivo: Este trabalho tem como objectivo caracterizar o perfil morfológico, funcional e técnico de jovens jogadores de futebol de 13-14 anos do distrito de Coimbra. Metodologia: A amostra é constituída por 23 futebolistas masculinos (13.31±0.43 anos). Os atletas foram divididos em subgrupos consoante a posição em campo: guardaredes, defesas, médios e avançados. Foram consideradas variáveis morfológicas (massa corporal, estatura, altura sentado, índice de massa corporal e soma de 4 pregas subcutâneas), de maturação (maturity offset), de desempenho funcional [agilidade (10×5 metros), força explosiva dos membros inferiores (salto estático e salto com contra movimento), endurance aeróbia (pacer), e capacidade anaeróbia (7 sprints)], e ainda as habilidades motoras específicas do futebol (controlo da bola, agilidade com bola, passe à parede e remate) e a experiência desportiva (anos de prática de futebol). A análise dos dados considerou as estatísticas de tendência central e dispersão. Resultados: Os jovens futebolistas avaliados têm entre 1 e 9 anos de prática da modalidade. Observaram-se diferenças enormes na morfologia externa, para a massa corporal observou-se uma amplitude de valores de 24,5 kg e para a estatura registou-se 27,2 cm de diferença do atleta mais alto para o mais baixo. O subgrupo de avançados é aquele que apresenta uma média mais elevada de estatura e de massa corporal. Em média faltam 1,37±0,74 anos para atingirem o PVC, no entanto há futebolistas que já passaram esse pico de velocidade de crescimento em estatura. O subgrupo dos defesas é aquele que está mais perto de atingir esse pico, com 1,18 anos de distância. Os jovens futebolistas mostram diferenças ao nível funcional, sendo que a maior diferença se observe em relação à capacidade aeróbia, havendo uma diferença de 1140 metros entre o atleta que correu mais metros e o atleta que correu menos metros no Pacer. O subgrupo dos médios é aquele que tem a média mais alta (1437,14 m). Quanto as habilidades motoras específicas do futebol, a maior diferença registada entre atletas são ao nível do nº de toques (289 toques) e ao nível do remate (19 pontos). Os avançados são o subgrupo que, em média, apresenta melhor mestria específica de futebol em quase todas as provas. Conclusões: Os jovens atletas distinguem-se uns dos outros em termos maturacionais, somáticos, funcionais e técnicos. Essas diferenças podem-se observar devido à experiência de cada atleta na modalidade, à hereditariedade, ao tipo de treino que cada um teve ou tem na sua formação desportiva. As diferenças observadas são mais notórias quando os atletas são comparados de acordo com a posição que ocupam em campo.