O presente artigo apresenta o futebol de várzea da cidade de São Paulo, a partir da história do Negritude Futebol Clube, time criado na década de 1980, construído prioritariamente por homens e mulheres negras, que ocuparam o espaço do recém-inaugurado Conjunto Habitacional nomeado Cohab I. O texto articula o desenvolvimento do futebol de várzea com a organização da juventude negra, que foi capaz de fundar o MNU – Movimento Negro Unificado, e ao mesmo tempo apresentou diversas formas de resistência entre elas os bailes e o futebol, tão importantes para a demarcação da identidade racial e o combate ao racismo. Articulando passado e presente, o texto demonstra como a organização do futebol de várzea pode ser uma possibilidade democratizante frente aos processos de “arenização” do futebol.
Palavras-chave: Futebol de Várzea, Racismo, Organização Negra, Negritude, Periferias