Este trabalho busca argumentar sobre a caracterização de uma modernidade desconfiada para Belo Horizonte a partir dos indícios das relações entre as modernidades dos clubes de futebol, dos agentes políticos e dos sujeitos jornalísticos que compunham a cidade nos anos 1940. Para tanto, parte da metáfora “O dinheiro do Otacílio” para relatar sobre essas pistas com base em fragmentos de textualidades jornalísticas de periódicos impressos historicamente situados disponibilizados digitalmente. Nesse período do cinquentenário de Belo Horizonte estavam perceptíveis as tensões entre as vozes de Minas em prol das modernidades da cidade. Ainda mais com a retomada democrática, após o fim do Estado Novo, quando foram eleitos deputados, governador, vereadores, vice-prefeito e o prefeito Otacílio Negrão de Lima – muitos desses com relações próximas aos clubes de futebol e ao meio jornalístico. É por esse entrelaçamento constante entre as modernidades presentes, entre as quais no futebol, na imprensa e na municipalidade, que o trabalho dispõe uma narrativa que mais do que enumerar sujeitos, propõe argumentar sobre uma característica de Belo Horizonte: sua modernidade desconfiada.
Palavras-chave: Belo Horizonte; modernidade desconfiada; imprensa; futebol; política