Apontar que o futebol feminino provocou e ainda provoca transformações no mundo das mulheres esportistas é percebê-lo como um dos mais importantes esportes para contextualizar uma história de resistência das mulheres. Compreender a trajetória inicial da seleção brasileira é entender como se delineavam as relações existentes entre homens e mulheres não só dentro, mas também fora futebol, é enfatizar sobretudo que esse meio se configurava como um campo de lutas por um espaço bem demarcado. Problematizar se a mídia impressa contribuiu ou não para consolidação dessa seleção é parte significativa para se construir uma história das mulheres a partir desse esporte; é reconhecer, também, que as mulheres – jogadoras e praticantes de futebol – foram significadas e ressignificadas, tanto por elas mesmas quanto pela mídia. A década de 1990, reveladora de muitas transformações para o Brasil, tinha nesse tipo de imprensa um dos maiores meios para exposição dos esportes. Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar e problematizar as representações da mídia impressa sobre o futebol de mulheres, tendo como ponto central a seleção brasileira feminina de futebol dessa década, empreendendo em compreender quais os sentidos e significados dessas representações que deram vida aos discursos, imagens e aos olhares. Aborda-se essa temática a partir da História Cultural, tomando como marco teórico o conceito de representação proposto por Roger Chartier. Utiliza-se como fonte para a realização desta dissertação os periódicos O Estado de S. Paulo, o Jornal do Brasil e O Fluminense publicados nos anos 1990, o primeiro obtido em seu acervo digital e os dois últimos obtidos por meio da Hemeroteca da Biblioteca Nacional.