Chamada para capítulos: Women’s football in Latin America: social challenges and historical perspectives

Data início: 31/12/1969Data de encerramento: 31/12/1969Local: Enviar por emailData limite inscrição: 31/12/1969

CHAMADA PARA CAPÍTULOS: Women’s football in Latin America: social challenges and historical perspectives

Um volume na série “Critical Research in Football” publicada pela Routledge

Organizador: Jorge Knijnik

A Copa do Mundo Feminina da FIFA 2019 foi uma competição que bateu diversos recordes. Ao redor do mundo, mais de 2 bilhões de espectadores assistiram às partidas através da televisão ou usando serviços de transmissão online. Os fãs também lotaram os estádios franceses, onde viram jogos de altíssimo nível. Além disso, o torneio também contou com manifestações feministas generalizadas, descortinando o futebol como um espaço importante para a contestação da ordem patriarcal de gênero: no campo, Marta, a estrela global brasileira, seis vezes vencedora do prêmio de melhor jogadora do mundo da FIFA, incitou protestos feministas quando, em vez de comemorar seus gols, ela apontava para o logotipo de igualdade de gênero em suas chuteiras para denunciar a diferença de remuneração entre homens e mulheres no futebol profissional. Fora dos campos, a superstar da seleção norte-americana, Megan Rapinoe, conclamou a FIFA e as autoridades futebolísticas mundiais a triplicarem seus esforços em prol do desmantelamento das barreiras de gênero que ainda impedem meninas e mulheres de alcançarem a igualdade no futebol. O sexismo e a misoginia acentuados ainda são evidencias de que as relações sociais de gênero permanecem forças significativas na construção de desigualdades na sociedade, bem como nos contextos futebolísticos (Caudwell, 2011). É isso que torna os apelos de Rapinoe particularmente relevantes para o futebol feminino latino-americano. Durante o século passado, o subcontinente foi atormentado por uma história de leis esportivas generificadas que proibiam as mulheres de jogar futebol (Votre e Mourão, 2003; Rigo, 2005). Segundo Knijnik (2015), essa história discriminatória ainda provoca um impacto psicossocial sobre as jogadoras, levando a sérios problemas de identidade que dificultam seu pleno desenvolvimento profissional como atletas. Além disso, Knijnik (2014) argumenta que essas leis discriminatórias são o ‘legado de gênero do século 20’ do futebol, o qual ainda impede as mulheres latino-americanas de desfrutarem livremente do esporte como desejam e merecem. Por outro lado, durante a década passada, surgiram uma série de projetos educativos e de pesquisa visando “igualar o campo” para meninas e mulheres no futebol. Acadêmicas e ativistas sociais têm trabalhado duro no subcontinente para aumentar a participação das mulheres em todos os níveis do futebol, desde a base até o alto desempenho, desde jogadoras até treinadoras, fãs, dirigentes e árbitras. Esses estudos e movimentos sociais vêm acontecendo em todos os países da América Latina e representam uma ampliação e renovação do feminismo do futebol no continente; eles procuram erradicar qualquer forma de discriminação contra as mulheres em uma das mais relevantes expressões culturais latino-americanas. Portanto, a fim de promover e impulsionar ainda mais o feminismo no futebol da América Latina, este livro visa levar ao público internacional uma variedade de pesquisas de alta qualidade que surgiram no futebol feminino da América Latina nos últimos anos. Através de lentes feministas, os capítulos deste livro abordarão os aspectos sociais pelos quais as diferenças de gênero ficaram profundamente enraizada na história das mulheres e do futebol latino-americanos.

Abaixo uma lista não-exaustiva de tópicos que os capítulos do livro podem abordar:

– Novas abordagens históricas do futebol feminino na América Latina;

– Experiências de base no futebol feminino latino-americano;

– Mulheres de destaque que contribuíram para o desenvolvimento do futebol feminino da AL;

– Projetos educacionais inovadores no futebol feminino;

– Novas abordagens teóricas do futebol e gênero na AL;

– Ativismo social, feminismo e futebol;

– Torcedoras de futebol;

– Sexualidades, mulheres, futebol;

– Pedagogias críticas feministas no futebol;

– Mulheres, futebol e mídia;

– Redes sociais, mulheres e futebol;

– Assédio, discriminação e futebol feminino

As propostas de capítulos devem ser enviadas por correio eletrônico para o organizador. Os resumos, com no máximo 250 palavras, devem conter o título do capítulo, e explicitar o conteúdo do texto, indicando seu tema, foco, base empírica ou conceitual e argumento central; nome e afiliação do (s) autor (es/as) e suas minibiografias com 60 palavras.

Data limite para submissão de propostas de capítulos: 22 de abril.

Você tem alguma pergunta? Envie uma mensagem para o organizador e ele entrará em contato para discutir suas questões com você.

O organizador pode ser contatado em inglês, espanhol ou português.

Dr. Jorge Knijnik é um acadêmico brasileiro-australiano que atualmente trabalha como professor associado na Western Sydney University (Austrália). Jorge realizou seus estudos de doutorado na Universidade de São Paulo (Brasil), onde desenvolveu uma interpretação original das nas violações dos direitos humanos ligado as questões de gênero entre as mulheres no futebol latinoamericano. Jorge tem diversas publicações em temas relacionados a mulheres, gênero, futebol e sociologia e história do esporte. Em 2010, em virtude do seu trabalho de pesquisa e promoção da equidade de gênero em ambientes educacionais, ele recebeu o prestigiado prêmio ‘construindo a igualdade de gênero’ da UNICEF, da ONU-Mulher e do CNPq. Jorge administra a comunidade virtual do CEV-Gênero e Esporte. 

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