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ISSN 1809-1296

A Copa do Mundo de 1958 e os discursos raciais: o caso Pelé

Periódico / Revista

Esporte e Sociedade

Número

n. 9

Ano

2008

Área de concentração

Sociologia

Cidade

Rio de Janeiro

Arquivos

Resumo

Este artigo tem como objetivo mapear os discursos raciais na década de 50, particularmente, no ano da Copa de 1958 para entender quais as principais idéias em voga no momento em que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, surgiu como grande astro nacional e internacionalmente famoso. Argumento que suas declarações sobre as questões raciais no Brasil estão inscritas nos discursos proferidos nos anos 50 pelos os meios acadêmicos e os movimentos negros da época. Seu ascetismo profissional e sua crença no individuo como um valor positivo cultivado desde os tempos de juvenil na cidade de Bauru, interior paulista, foi reforçado pelos os discursos raciais dos anos 50, e, deu-lhe a certeza que as discriminações que pudesse encontrar por ser negro e de família pobre, era possível de serem vencidas, por uma postura disciplinada e profissional. Atualmente, tais idéias têm sido combatidas por alguns setores dos movimentos negros que argumentam ser as desigualdades entre bancos e negros intransponíveis, mesmo que os negros sejam ascéticos. Pelé, contudo, não mudou sua posição sobre o problema da discriminação do negro, este ainda acredita no profissionalismo e disciplina como saída possível para combater as desigualdades.

Abstract

The objective of the present article is to map out the racial discourses of the 1950s, particularly as these pertain to the 1958 Football Worl’s Cup, in order to better understand the main ideas about trace which were in vogue at the time when Edson Arantes do Nascimento (Pelé) became (inter)nationally famous as a great sports star. Here, I argue that Pelé’s declarations regarding race and race relations in Brazil are informed by the discourses that were prevalent among academics and Brazil’s black activists during the 1950s. Pelé’s professional asceticism and his belief in individualism, cultivated during his youth in the city of Bauru, were further reinforced by the racial discourses of the ‘50s. These views led him to believe that any discrimination which he might encounter due to his color and class could be overcome with a disciplined and professional attitude. Today, this sort of ascetic view of the world has been accused by certain segments of Brazil’s black movements as being insufficient to overcome the supposedly irresolvable inequalities which exist between Brazil’s black and white populations. Pelé, however, has not changed his position regarding anti-black discrimination, choosing to continue to salient professionalism and discipline as two formidable tools in the fight against racially-based discrimination and inequality.

Referência

SILVA, Ana Paula da. A Copa do Mundo de 1958 e os discursos raciais: o caso Pelé. Esporte e Sociedade. Niterói, n. 9, 2008.
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