Com a “descoberta” da América começou o que muitos chamam de Sistema-Mundo Moderno. Mesmo depois da independência dos países que foram colônias das potências europeias, a colonização não terminou. Continua hoje, principalmente através da globalização, que não só manteve a lógica do colonialismo econômico, mas também o aspecto cultural. Assim, criaram-se estudos subalternos, no sentido de criar teorias dos países do Sul para o Sul, tornando necessário um processo de decolonização (do ser, do saber e do poder). Este artigo trata de como o futebol, esporte eurocêntrico considerado o mais praticado no mundo, apesar de mostrar os preconceitos da sociedade e a lógica colonial da mercantilização dos atletas, é uma ferramenta muito importante no processo de decolonização. o trabalho é mostrar a importância do futebol do ponto de vista decolonial, justamente por ser um mecanismo de combate aos problemas mencionados e também por quebrar a tradicional divisão periferia-centro do sistema-mundo moderno, colocando os países sul-americanos como centro e as grandes potências imperialistas neoliberais, por vezes, como periféricas. Isso fica claro com a simbologia histórica dos jogadores de futebol, como Maradona, Pelé e Obdulio Varela como protagonistas, mártires que quebraram a tradicional lógica centro-periferia do sistema mundial para as gerações subsequentes de jogadores de futebol que deram continuidade a esse legado até os dias de hoje.
Unitermos: Futebol. Maradona. Pelé. Obdulio Varela. Decolonialidade.