O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de campo que tem como objetivo analisar as relações que se estabelecem na Areninha Genibaú, localizada em uma periferia da cidade de Fortaleza, Ceará, a partir da perspectiva do direito à cidade. Examina, assim, as sociabilidades que são possibilitadas a partir de um espaço da cidade e que guarda relação com a cidade de modo geral, tanto em seu âmbito local, como em seu contexto global. Para isso, realizamos pesquisa de campo e diálogos com os(as) usuários(as) do equipamento, além de fazer uso de manuais e documentos sobre a política de esporte e lazer, bem como, imagens retiradas do Google. Enquanto resultado, observa-se que a proposta da Política de Esporte e Lazer realizada por meio das areninhas amplia a possibilidade do acesso ao lazer para a população, entretanto, carece de articulação com as demais políticas públicas, a fim de tornar o direito à cidade mais democrático. Observa-se que a questão de gênero permeia as práticas realizadas no equipamento, tendo como público mais expressivo as masculinidades, dentre as práticas, destaca-se os jogos de futebol e carimba, a batalha arena e o comércio informal de comida de rua. Considera-se, portanto, que enquanto o acesso ao lazer estiver atribuído apenas ao acesso a equipamentos, sem considerar a realidade expressa no espaço urbano, realizar-se-á de forma fragmentada, não atingindo o contingente populacional.
Palavras-chaves: cidade; direito ao lazer; direito à cidade; Projeto Areninha; usos do equipamento.