O objetivo desse artigo é o de refletir sobre as narrativas da medicina e fisioterapia esportiva para dar sentido a dores e lesões nos corpos de atletas de futebol. Para tal realizamos a analise de dois Consensos e um Protocolo – Consensos de Doha e Munique, e do protocolo FIFA11+ – os quais fomos apresentados em uma palestra de fisioterapeutas esportivos de um grande time de futebol da capital paulista. Fundamentados nesses documentos e nos dados coletados na palestra exploramos as relações de poder e os conflitos entre alguns atores do campo esportivo na tentativa de propor uma classificação e uma sensação legitima de dor e de lesão nos corpos dos atletas. Concluímos que, através da linguagem legitima e autorizada, os discursos sobre a dor e a lesão adquirem um estatuto de verdade, enquadrando os atletas a experimentarem sua condição de sujeito, quando lesionados, em uma das categorias construídas pelos consensos.
Palavras-chave: Dor, Futebol, Relações de poder.