Este artigo propõe aproximações teóricas e empíricas entre o jornalismo esportivo e o jornalismo para a cultura de paz, o que resultaria na aplicação, na mídia esportiva, de conceitos e preceitos do jornalismo para a paz. O texto apresenta os conceitos de violência direta, estrutural e cultural e de paz positiva e paz negativa, conforme ensina Johan Galtung, e discute a necessidade da comunicação para a paz e do jornalismo para a paz. Em seguida, defende o estabelecimento do jornalismo esportivo para a cultura de paz, já que o mundo do esporte é acometido por inúmeras manifestações de violência direta, estrutural e cultural. Contudo, a mídia especializada tende a abordar esse tipo de acontecimento de maneira superficial ou apenas no calor dos acontecimentos, sem se aprofundar em causas ou desdobramentos e sem tentar ampliar os olhares e ouvir mais lados envolvidos ou interessados na questão, apontando culpados e atendo-se a fontes oficiais. Assim, um jornalismo esportivo para a paz não apenas é necessário como oferece amplo escopo de investigação acadêmica – o esporte é trespassado por questões como conflitos entre torcedores, violência policial, elitização, racismo, homofobia, xenofobia, machismo e variadas demonstrações de violência. Espera-se que este artigo possa embasar futuras pesquisas, para que o jornalismo esportivo para a cultura de paz ganhe adesão em termos acadêmicos, nas universidades, e profissionais, na mídia esportiva de fato.
Palavras-chave: Jornalismo para a Paz, Jornalismo Esportivo, Cultura de Paz, Violência, Galtung