Desde o processo de popularização do rádio, a narração esportiva se tornou um dos pilares deste veículo. A união das sonoridades presente nos estádios com os recursos sonoros dos locutores e de elementos técnicos proporcionados pela radiofonia criam uma atmosfera de sentidos que integra o ouvinte à narrativa. Neste artigo, apresento uma proposta de análise das narrativas elaboradas a partir das sonoridades esportivas que venho definindo como “ludens narrativo”. A partir da narração da Rádio Nacional da final da Copa de 1950 e seus metadiscursos em três jornais nacionais (O Globo, Folha da Manhã e A Noite), vou indicar como a narrativa (RICOUER, 2010), o jogo (HUIZINGA, 1972) e o imaginário (DURAND, 1997), que compõem esse “ludens narrativo”, constroem um ambiente que convida o ouvinte “jogar o jogo”, afetando diretamente seus sentimentos e provocando reações extremas.
PALAVRAS-CHAVE: narrativa, Copa de 1950, atmosfera, lúdico, imaginário