A preocupação inicial em relação ao objeto de estudo desta pesquisa surgiu com a percepção de um “esvaziamento” dos estádios de futebol no Brasil, mais especificamente no estado de São Paulo. Pouco visitados por torcedores em dias de jogos e pouco aproveitados como patrimônio cultural e como atração turística. O presente trabalho trata das relações de hospitalidade em estádios de futebol estudando o caso específico do estádio Urbano Caldeira, popularmente conhecido como Vila Belmiro localizado em bairro de mesmo nome, na cidade de Santos, estado de São Paulo, Brasil. Procura-se identificar as relações de hospitalidade, bem como, os “protagonistas” destas relações com o objetivo de se extrair subsídios à discussão acerca de um modelo de estádio mais hospitaleiro. A pesquisa é constituída de observações de outros estádios no Brasil e na Espanha para efeito de comparação e de coleta de dados junto aos freqüentadores do estádio estudado. Foram entrevistados torcedores do Santos Futebol Clube, torcedores de equipes adversárias em visita à Vila Belmiro, moradores do entorno imediato do estádio e comerciantes, líderes e associados de torcidas organizadas do Santos e de outras equipes. Realizou-se também pesquisa quantitativa com o objetivo de encontrar dados auxiliares à essa análise. Como considerações finais, algumas sugestões no que se refere ao modelo de gestão do estádio. Além disso, aponta-se a necessidade de outras pesquisas no intuito de verificar possibilidades de inserção do estádio em roteiros turísticos.
Palavras-chave: Estádios de Futebol. Santos Futebol Clube. Torcidas. Violência. Hospitalidade