A cidade moderna, tal qual conhecemos, tem seu desenvolvimento iniciado com os processos de industrialização. Ela desenha-se a partir de seus atributos culturais, comerciais, políticos e econômicos. Nesse sentido, o solo urbano torna-se local de disputa e geração de lucro o que acarreta a mercantilização dos espaços. Mediante tal fenômeno, tem-se materializada nos espaços urbanos, uma disputa que ultrapassa o campo simbólico – a luta de classes. Em questão urbana, denomina-se tal conjuntura como apontando para a segregação sócio espacial. Quando a cidade congrega regiões díspares, com atributos diferenciados relativos a condições mais dignas de vida, e em tal função seu valor cresce exponencialmente, a luta em solo urbano torna-se expressão da questão social, condicionando aqueles que vivem do trabalho, e consequentemente com rendas salariais inferiores se aglutinarem em torno ou em regiões afastadas onde a condição digna de vida permanece aquém da qualidade. Esse cenário é latente na cidade de São Paulo, que mesmo sendo a maior metrópole da América Latina apresenta índices altíssimos de insalubridade e déficit habitacionais. É por este caminho que essa pesquisa se debruça sobre uma análise que corresponda em quais sentidos a vida e a rotina dos moradores de Itaquera, Zona Leste de São Paulo foram prejudicadas em função das obras para Copa do Mundo em 2014.