Este artigo tem como objetivo oferecer uma análise histórica dos boicotes aos Jogos Olímpicos de Moscou (1980) e Los Angeles (1984), dentro do contexto da Guerra Fria. Partimos do pressuposto que os megaeventos esportivos são momentos privilegiados para a emissão de discursos políticos e a construção de imagens acerca das coletividades nacionais. Deste modo, as duas edições olímpicas em questão se apresentaram como momentos de inflexão no contexto da Guerra Fria, refletindo a rivalidade geopolítica existente entre as grandes potências mundiais, mas também a disparidade tecnológica já existente naquele momento entre Estados Unidos e União Soviética, disparidade esta que se acentuaria ao longo daquela década, culminando com a derrocada do socialismo real no leste europeu em 1989 e o fim da União Soviética dois anos mais tarde.
Palavras-chave: Boicotes., Guerra Fria., Jogos Olímpicos.