Através de uma pesquisa bibliográfica, esta dissertação propõe um diálogo entre os autores Jean-Marie Brohm e John Holloway sobre a possibilidade de se reconhecer potencialidades críticas ao capitalismo no contexto do futebol. Para isso, utilizou-se a experiência dos torcedores rebeldes do FC St. Pauli como um plano de fundo, buscando compreendê-la a partir das contribuições críticas dos autores. Essa experiência histórica presente na comunidade torcedora do FC St. Pauli surge nos anos de 1980 e busca manter seus princípios anticapitalistas, antifascistas e anti-sistêmicos vivos até a atualidade através de projetos, campanhas e protestos, mesmo atravessada por contradições e desafios. Assim, é um âmbito relevante no mundo do futebol para ser analisado sob diferentes lentes do pensamento marxista. Nesse sentido, enquanto John Holloway trabalha com categorias de Karl Marx como totalidade e forma social, dando ênfase a um aspecto de luta dinâmica contra o processo
de cohering à lógica do sistema capitalista, Jean-Marie Brohm, um sociólogo do esporte, trabalha com a noção de “ópio do povo”, ao refletir criticamente sobre a função despolitizadora dos esportes modernos como espetáculos de massa, como é o caso do futebol. Ao longo desta obra fica evidente que apesar de ambos serem influenciados pelo pensamento de Karl Marx, suas produções teóricas possuem diferenças fundamentais, culminando em diferentes interpretações possíveis sobre a experiência particular dos torcedores rebeldes do FC St. Pauli no interior da totalidade capitalista.
Palavras-chave: Formas sociais. Capitalismo. John Holloway. Crack. Futebol. Jean-Marie Brohm. Ópio. FC St. Pauli. Rebel.