O que escreveria e diria hoje, na "Era do Caveirão", desse futebol de arrivismo de celebridades, em que aprendemos a jogar sem a bola, marcando pressão, abafando o adversário?
Se estivesse vivo, João Saldanha completaria 96 anos (03/07/1917). Ele foi um sujeito cujas crônicas no JB valiam a assinatura ou a ida às bancas. Dispensado da seleção, pois a ditadura não podia ser tricampeã com um time dirigido por um comunista. Morreu no início da "Era Dunga", na Itália, em 90, vendo aquela copa pavorosa, que só valia pela presença do Maradona, estourado, mas, impagável, na imagem clássica na final contra a Alemanha (campeã num penâlti suspeito), o queixo empinado, desafiando havelange e os vírus anexos da época.