O mercado futebolístico assumiu grandes proporções ao longo do tempo e garantiu seu espaço no mercado mundial, tornando-se um negócio tão rentável como outros investimentos como o mercado imobiliário, com princípios da maximização do lucro e com a adoção de técnicas estratégicas e financeiras para a gestão administrativa. De acordo com a Visão Baseada em Recursos da Firma (RBV), dentre os recursos capazes de favorecer o desempenho empresarial, sobressaem-se os ativos intangíveis – categoria em que se enquadra a parte mais representativa dos ativos dos clubes de futebol, segundo indicações da literatura. Apesar da obrigatoriedade de registro contábil em diversos países, estudos nacionais e internacionais apontam que a evidenciação do ativo intangível nas demonstrações financeiras das entidades em geral, e principalmente nas entidades desportivas, tem sido superficial, não compreendendo todos os itens exigidos pelas normas contábeis, implicando uma baixa qualidade informacional das entidades nos informes contábeis deste tipo de ativo. Com base nos argumentos oferecidos na literatura sobre a evidenciação contábil incipiente dos ativos intangíveis pelas entidades desportivas, o presente estudo teve como objetivo geral investigar padrões de associação entre o ativo intangível com evidenciação contábil e o desempenho econômico dos clubes de futebol brasileiros e europeus listados no Club World Ranking. No que concerne aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa classifica-se como: exploratório-descritiva, quanto aos objetivos; documental e bibliográfica, quanto às técnicas; e, predominantemente, quantitativa, quanto à abordagem do problema. A amostra do estudo reúne os clubes de futebol listados no Club World Ranking 2012, naturais de países que adotam às IFRS, a partir do critério de publicação das demonstrações financeiras de 2011. Para a mensuração específica dos ativos intangíveis com evidenciação contábil foram utilizadas como variáveis o Retorno do Ativo Intangível (AIG) e a Representatividade do Ativo Intangível (RAI); do desempenho econômico, o Return on Assets (ROA) e Return on Equity (ROE); e do desempenho desportivo, a classificação amostral de acordo com a posição no ranking. Os resultados da análise quantitativa demonstram que: (i) os clubes se agruparam em seis clusters, sendo três variáveis mais decisivas, apresentadas em ordem de potência discriminante AIG, Des. Desportivo e ROE; (ii) há diferenças quanto ao perfil de ativos intangíveis com evidenciação contábil dos clubes europeus e brasileiros, principalmente quanto ao RAI; (iii) não há diferenças quanto ao perfil de desempenho econômico, tanto para ROE quanto para ROA de forma geral, bem como entre os clubes europeus e brasileiros; (iv) não há padrões de correlação entre o desempenho desportivo e o perfil de ativos intangíveis com evidenciação contábil de forma geral, bem como entre os clubes europeus e brasileiros. De forma mais pontual, não há correlações entre o perfil dos ativos intangíveis com evidenciação contábil (AIG e RAI) dos clubes e os respectivos desempenhos econômicos (ROE e ROA), apesar de que ter sido identificada correlação negativa entre AIG e ROE inesperada, o que suscita novas pesquisas. Do exposto, de acordo com os resultados da análise dos dados dos clubes brasileiros e europeus, conclui-se que não há associação entre o ativo intangível com evidenciação contábil e o desempenho econômico dos clubes de forma geral, bem como entre os clubes europeus e brasileiros; o perfil do ativo intangível com evidenciação contábil dos clubes brasileiros é diferente dos europeus; e, o desempenho econômico dos clubes de futebol brasileiros é semelhante ao dos europeus