Este artigo avalia a emergência de torcidas antifascistas na história dos modelos coletivos do torcer e os tensionamentos provocados nas dimensões de gênero, de raça e de classe. A partir da projeção e do alcance que o futebol produziu desde o século XX, mobilizando milhares de pessoas de diferentes formas, questões como machismo, homofobia e racismo conformaram a experiência desse esporte na sociedade. Paralelamente, devido à profusão de torcidas antifascistas no século XXI, por meio da trajetória da Ultras Resistência Coral – torcida do Ferroviário Atlético Clube, criada em 2005- delineamos um quadro histórico das torcidas organizadas através do esboço da terminologia de primeira, segunda, terceira e quarta ondas do torcer. Utilizamos como fontes históricas depoimentos, periódicos e imagens, ressaltando suas condições sociais de produção e de circulação. Portanto, este artigo se propõe a salientar os desdobramentos, os significados e o potencial político do antifascismo nas torcidas de futebol, ao trazer à tona manifestações sociais de torcedores/as organizados/as. Dessa forma, há neste texto um diagnóstico do movimento contemporâneo de politização, sob o ponto de vista político de esquerda, dos espaços futebolísticos.
Palavras-chave: Torcidas antifascistas. Torcidas Organizadas. Sociabilidade Militante.