O futebol jogado pelas mulheres, ainda que já desfrute de grande popularidade e legitimidade, especialmente em torneios de alto desempenho, ainda está levantando questões sobre as transformações culturais que seu desenvolvimento tem causado. Uma dessas questões está registrado na reflexão sobre a clássica dicotomia público / privado e sua relação com as inscrições sociais e culturais de gênero. Assim, o futebol chamado feminino permite analisar as possíveis mudanças nos limites fixados para cada um dos gêneros em torno do público e do privado. A questão sobre qual é o alcance dessas ditas mudanças é respondida neste artigo, tendo algumas contribuições da filosofia política e da sociologia, a partir da idéia de campo como um espaço de luta e do sujeito como subversor dos papéis sociais dominantes.