O presente trabalho investiga as proposições de consumo da cidade de Fortaleza como sede da Copa do Mundo FIFA 2014, por meio da análise de discurso dos guias de cidade lançados para o evento. Os megaeventos têm despontado como uma das diversas estratégias de intervenção no espaço e na imagem das cidades contemporâneas. Anunciadas em maio de 2009, as doze sedes da Copa do Mundo sediada no Brasil passaram por transformações físicas e simbólicas, buscando apresentar-se como locais viáveis para a realização do megaevento. Neste contexto, guias de cidade surgem como roteiros orientadores do que ‘deve’ ser desfrutado nas sedes em questão, propondo percursos de consumo do espaço urbano. Adotando a metodologia de Hermenêutica de Profundidade (HP), proposta por John B. Thompson (2007), analisou-se aspectos históricos e contextuais do objeto tratado. Como base para a análise dos guias foram empregados os referenciais da Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001) e, por fim, foram propostas interpretações e re-interpretações para o fenômeno. O intento foi pontuar como os guias compõem um discurso de releitura, (re)consumo e (re)definição do espaço por meio da comunicação orientadora da vivência da Fortaleza turística, durante a recepção do megaevento, buscando nos destaques e apagamentos identificados na construção discursiva da cidade-sede.