A relação entre esporte e política é complexa e também é histórica, sendo que, por diversas vezes, na história do país, a política interferiu sobre o esporte: ainda na Primeira República, Delfim Moreira decretou ponto facultativo nas repartições públicas e no comércio no Rio de Janeiro em 1919 por conta de uma partida da seleção; Vargas, durante a Estado Novo se esforçou para alavancar o futebol no país com a organização de Ligas, construção de estádios e a organização de campeonatos; no pós-1964 os militares no exercício do poder, não tardaram a usá-lo como uma importante ferramenta para a propaganda de seu regime. A partir de 1968, registram-se diversas interferências estatais no futebol, tanto na criação do Campeonato Brasileiro amplo e com dimensões nacionais, quanto na gestão técnica e esportiva da seleção brasileira. Nesse contexto, me proponho a analisar um periódico, que diferentemente da mídia jornalística no geral que era condescendente com o regime, assumiu um tom crítico com relação à conquista da Copa do Mundo em 1970 e sua repercussão política e social, o jornal alternativo, O Pasquim. Nesse sentido, tanto o discurso textual quanto o imagético (charges, fotografias, caricaturas, etc.) contidos no periódico serão objeto de análise e problematização pela pesquisa.
Palavras-chave: Ditadura Militar, Resistência, Futebol, Cultura de massa, Imagem, Práticas discursivas, Imprensa.