Este estudo busca analisar como o futebol brasileiro, nos anos 1982-1984, relacionou-se com a política, mais especificamente com o movimento que ficou conhecido como “Diretas Já”. O objetivo consiste na análise do envolvimento e o posicionamento da revista Placar, uma das principais responsáveis pela cobertura esportiva nacional, diante das “Diretas Já”, movimento que reivindicava eleições diretas para presidente do Brasil, identificando se houve, ou não, colaboração, continuidades e/ou rupturas da publicação em relação ao movimento, no contexto político do país às vésperas de sua redemocratização após quase 20 anos de regime militar. Para tanto, foram utilizados artigos e trabalhos acadêmicos e as fontes históricas analisadas foram os editoriais da revista Placar entre os anos de 1982-1984. O recorte temporal se estendeu desde a eliminação da seleção brasileira da Copa do Mundo em julho de 1982, incluindo toda a campanha pelo voto direto em 1983 e 1984, a reprovação da emenda Dante de Oliveira em abril de 1984, até a última publicação disponível online da revista em setembro do mesmo ano. Nos editoriais analisados que tratavam sobre as “Diretas Já”, assinados pelo jornalista Juca Kfouri, houve colaboração e continuidade no apoio e na divulgação do movimento. Em síntese, não ocorreu nenhuma ruptura ou alteração no apoio da revista em relação as “Diretas Já”, que incentivou a participação no movimento para os seus leitores/torcedores desde que começou a tratar sobre o assunto e mesmo após a reprovação da emenda, o discurso ainda era otimista em relação ao futuro no que diz respeito às eleições diretas no país.
Palavras-chave: Diretas Já. Revista Placar. Política. Futebol. Redemocratização