Esse trabalho trata de como se organizou o esporte em geral e particularmente o futebol em Feira de Santana entre os anos de 1942 a 1954. Essas datas remontam ao ano da criação da Liga Feirense de Desportos Terrestres (LFDT) e o convite ao Fluminense de Feira de Santana, primeiro time do interior da Bahia a participar do campeonato baiano de futebol profissional. Ancorados nas interpretações de Pierre Bourdieu, analisamos o jornal Folha do Norte e algumas leis para o esporte, de cunho local e nacional. Identificamos que a partir desse contexto foi montado o campo esportivo na cidade do interior baiano, onde instituições disputavam, de forma sistematizada, sentidos sobre a forma e a função legítima do esporte em Feira. À luz das contribuições de Michel Foucault examinamos que, na tentativa de produzir sentidos para o esporte local, alguns equipamentos vendiam ideias de prática esportiva em diálogo com uma noção de progresso, ordenamento e disciplina. No entanto, buscando seguir as lições de Walter Benjamin, procuramos ler esses documentos oficiais a contrapelo. Dessa forma, tentamos identificar alguns descaminhos na efetivação desse poder disciplinar, conflitos e contradições dessas ações ordenadoras, quando colocadas em prática no jogo da bola em Feira.
Palavras chave: Feira de Santana, LFDT, campo esportivo, futebol.