O objetivo deste artigo é refletir sobre as relações entre a paisagem urbana e a identidade nacional a partir da construção do estádio Centenário em 1930. Os estádios de futebol são espaços públicos pertencentes à cidade e aos cidadãos. Em muitas cidades, esses espaços são a bandeira da prosperidade e do modernismo, como aconteceu com o estádio Centenário. Simultaneamente a esse processo, enquanto a identidade nacional uruguaia se consolidava, o país comemorava seus cem anos de independência. Com o objetivo de abordar essas questões, são trazidos à cena eventos como a inauguração do estádio Centenário em 18 de julho e a realização da Copa do Mundo FIFA de 1930, decisões tomadas e amparadas por uma ideia de “país avançado”; acompanhado pelo centenário da independência uruguaia. A década de 1930 é apresentada como uma etapa fundamental na criação de um sentimento que desperta a adesão ao país. Nesse processo, o futebol desempenhou um papel de considerável importância. Essas questões serão avaliadas a partir de diversas crônicas esportivas publicadas durante os meses de julho e agosto de 1930 no semanário “Mundo Uruguayo”.
Palavras-chave: futebol; Estádio Centenário; Urbanismo; Identidade nacional; “Mundo Uruguayo”.