A relação entre a Seleção Brasileira e o regime militar brasileiro, especialmente em seus “Anos de Chumbo” (1968-1974), é lembrada com um viés crítico, por meio do qual a tese de que o governo autoritário do general Emílio Garrastazu Médici capitalizou a imagem positiva da seleção, tendo em vista a conquista da Copa do Mundo de 1970, para fins político-ideológicos. O objetivo deste trabalho é contribuir para o debate sobre as relações entre futebol e política, em especial, nos anos de maior repressão do regime ditatorial brasileiro. Para tal, busquei revisar a literatura acadêmica sobre o tema e inserir na discussão a contribuição dos relatos de vida de alguns protagonistas dos fatos, além de acrescentar uma análise sobre a cobertura da imprensa esportiva à época. Conclui-se que, entre os estudos acadêmicos, os relatos de vida e a análise sobre a cobertura da imprensa, existem mais versões conflitantes sobre a relação entre o regime e a seleção do que confirmações documentais sobre os fatos.
Palavras-chave: futebol e política. memória e imprensa. Copa do Mundo de 1970. regime militar. Anos de Chumbo.