O futebol é um dos aspectos mais importantes da cultura brasileira, sendo um espaço de formação de identidades individuais e coletivas e de representatividade. Essa representatividade pode dar-se regionalmente, como no caso dos clubes, ou nacionalmente, como no caso das seleções. Nesse sentido, esta pesquisa propôs-se a analisar o uso político da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1970 pela Ditadura Militar Brasileira. Para isso, buscou-se na bibliografia disponível o embasamento teórico para compreensão do contexto histórico, das peculiaridades dessa edição do campeonato e da associação do Presidente Médici ao selecionado perante a opinião pública. Além disso, selecionou-se e examinou-se reportagens do período nos jornais Jornal do Brasil e O Globo, identificando a estratégia do discurso jornalístico em prol dos militares, em especial do Presidente. Assim, percebeu-se o emprego de linguagem patriótica e unificadora que buscava fomentar um sentimento nacionalista a partir da performance vitoriosa da equipe brasileira, além de promover a imagem de Médici enquanto um homem comum, com o qual o povo poderia identificar-se. Dessa forma, aferiu-se que os militares, por meio da propaganda e da mídia, demonstraram seu apoio à seleção com o interesse de capitalizar o sucesso e a popularidade trazidas com a conquista da taça, assim estimulando a confiança no seu projeto de nação. Concluiu-se, também, que o futebol evidencia processos históricos, sendo uma importante perspectiva de análise da sociedade brasileira.
Palavras-chave: História do Futebol. História do Brasil. Ditadura Militar. Copa do Mundo de 1970.