O futebol de várzea nasce nas margens dos rios na cidade de São Paulo. Praticado pelos negros descendentes de escravizados e por imigrantes empobrecidos, consolida-se como principal forma de lazer e importante forma de organização popular das classes subalternizadas. Com o processo de espoliação urbana é empurrado junto a essa população para a periferia da cidade, onde se reestrutura e permanece como prática social essencial em seu modo de vida. Ao insurgir contra o processo de espoliação urbana, essa população conquista sua cidadania e passa a mover práticas de disputa pelo espaço urbano. A partir da análise de quatro times de várzea da zona leste de São Paulo, busca-se refletir se o futebol de várzea pode ser enquadrado como prática insurgente de planejamento. A conclusão é que o futebol de várzea também é uma forma de insurgência frente ao futebol profissional elitizado e ao planejamento formal.
Palavras-chave: Futebol. Planejamento. Periferia. Território. São Paulo. Várzea.