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Litão

Equipe Ludopédio 17 de fevereiro de 2010

Anualmente no bairro São João Clímaco acontece a partida comemorativa do “Pretos contra Brancos”. O jogo, tradição na comunidade desde a década de 1970, reúne os boleiros do bairro numa disputa onde os próprios jogadores escolhem o time que irão defender. O que pode parecer discriminação para um olhar desatento é nada mais que uma reunião de amigos que tem como base as partidas de futebol. A festa cresceu e hoje conta com quatro partidas para os jogadores de todas as idades poderem participar. Em 2009, a festividade, agendada para 12 de dezembro, não pôde acontecer completamente, pois as fortes chuvas em São Paulo encharcaram o campo e afugentaram muitos dos jogadores. Mas, com essa turma não tem tempo feio e apesar da chuva, muitos dos boleiros apareceram, aproveitaram para fazer um churrasco e colocar o papo em dia. Quem chega ao campo logo se sente em casa, a chuva faz com que a maioria das pessoas esteja alojada no bar, na arquibancada do campo poucas pessoas estão à espera de um milagre, que a drenagem do campo transforme a lama em um local em que se possa ao menos correr sem cair. Nesse dia, o churrasco e a festa tomam conta do pedaço, pois o futebol terá que esperar mais uma semana para acontecer. Foi nesse cenário que pudemos entrevistar Litão, que é uma das pessoas que faz com que essa tradição seja mantida a cada ano. De fala serena, esse centroavante relembra o início dos jogos  “Preto contra Brancos”, dos amigos e de como conservam a tradição do jogo, além da importância da festividade de fim de ano para a comunidade.

 

Qual é o seu nome e o que você faz?

Meu nome é Pedro Carlos Brianti, o Litão. Participo aqui da comunidade do CDM da Vila Arapuá. Sou aposentado, tenho 62 anos. Dois filhos. Casado.

Em que posição você joga?

Centroavante.

Como você se define?

Fazia gol pra caramba, mano.

Quantos mais ou menos?

Fazia dois ou três por jogo. Sábado e domingo eram cinco ou seis gols. Jogava o dia inteiro. Se tivesse três jogos, jogava os três. Fominha pra caramba. Fazia gol mesmo, não estou de brincadeira. Gostava de fazer gol.

O que você sente quando faz o gol?

Só alegria, mano. Até me dá arrepio. Uma alegria ver a torcida… pois naquele tempo tinha torcida pra caramba. Nós jogamos no [Desafio ao] Galo, quem fez o primeiro gol fui eu. Imagina no Maracanã fazendo um gol importante [risos]. Nossa senhora, você sente na pele quando faz um gol… é a maior alegria do mundo.

Toda semana você vem para cá?

Todo sábado. Todo sábado de manhã nós temos um jogo dos “paradão” e nós brincamos. Só que aí é tudo misturado, não tem essa de preto e branco. É só uma vez por ano, no fim do ano, que a gente faz essa festa.

Litão, você mora na comunidade? Como você definiria o bairro? E quais são as opções de lazer disponíveis aqui?

Estou no bairro faz 57 anos, morando aqui. Eu vim com seis anos. Nasci no interior e moro aqui há 57 anos. Para mim o bairro é excelente. Na comunidade a gente faz o que pode. Para fazer melhor só se tivesse bastante dinheiro. Talvez façam um estádio aqui. O único ponto de lazer que a gente tem, por enquanto, é este aqui.

É este espaço para toda a comunidade?

Para toda esta comunidade. Tem um outro campo lá em cima, mas é lá no Sacomã já. Tem a quadra aí em cima, que também vai ser desmanchada agora. Já estão falando que vão fazer prédio aí. Acho que no ano que vem já encerra as atividades ali. Então vai só ficar aqui.

Muitas vezes aparece em reportagens aqui como sendo Heliópolis. E não é?

Heliópolis é lá em cima. Lá onde nós começamos. Eram 22 campos.

Esse campo aqui não fazia parte destes 22?

Aqui já é outro lado, Vila Arapuá.

Esse campo existe desde quando?

Esse aqui faz uns 25 anos.

Então o jogo começou lá, mas agora é disputado nesse campo aqui?

Nós fizemos em muitos campos. Na Vila São José, em São Bernardo. Preto x branco nós jogamos em todo lugar. Mas aqui nós fizemos o pé-de-meia. O Dito, na época, convidou para participar.

Muitas vezes, a mídia passa uma imagem de que os bairros daqui são violentos. Como a comunidade encara essas informações?

Violência está em todo lugar. Você não pode falar que a violência só está aqui. Em todo lugar onde você vai. Você vê o que fizeram lá no estádio do Coritiba. Isso aí é uma palhaçada. Mas violência aqui dentro do campo acho que não tem. Para nós é tranquilo. Nos arredores tem violência. Isso em qualquer lugar tem. Hoje é a bandidagem que toma conta. Nós somos presos, né? Tem que fazer grade em casa, tem que fechar o portão. Antigamente não tinha, mas hoje você tem que fazer.

Lito, morador do bairro a 57 anos e artilheiro do jogo "Pretos contra Brancos" é um dos responsáveis por manter a tradição da partida.
Lito, morador do bairro a 57 anos e artilheiro do jogo “Pretos contra Brancos” é um dos responsáveis por manter a tradição da partida. Foto: Equipe Ludopédio.
Como foi o início do jogo?

Era uma brincadeira lá em São João Clímaco. A sede era perto da minha casa. Aí fizemos uma brincadeira lá, um casados e solteiros. Depois, teve uns caras que morreram, que participaram do início. Aí começou a fazer para a torcida também. Os caras não jogam, mas também querem participar. Aí começou. Tinha bastante preto, os negrão estavam na fita. Na época que começou tinha uns batuques, pois jogávamos muito fora. Tinha bastante campo, mas nós do Flor tínhamos um campo bem lá embaixo. Era o pior campo. Nós não gostávamos de jogar lá. Jogava mais fora. Fomos convidados para jogar nos campeonatos, porque o Flor tinha mais nome. Éramos chamados para o Desafio ao Galo, jogos lá no centro. Aí começou o preto contra branco. A turma começou a aumentar, começaram a gostar a festa. No final do jogo, era mais a cachaçaria. Para ir ao bar é só atravessar a rua, na época, quando começou no campo dos milionários. Varava a noite e era muita gente. Tinha gente de fora. Não sei se você reparou, mas tem gente do interior, de Santos, de São José do Rio Preto. Um vem daqui, outro dali, começou a aumentar o pessoal. Foi nisso que perdemos o campo lá em cima.

Perderam o campo porque começou a ter muita gente?

Perdemos o campo porque entrou a favela no lugar. Foi uma invasão de um dia para o outro, de um sábado para domingo. Já era, não tinha mais. Foi uma correria tremenda na época.

E como é essa questão da tradição, se a família faz parte disso, se você transmitiu isso, a importância do jogo” Como essa tradição foi construída?

A maioria fala para o pessoal e a família vir. Na minha família mesmo, só vem meus dois moleques, meu sobrinho, meu cunhado, o outro cunhado que mora no interior também vem, minha sobrinha. Minha esposa não vem. De vez em quando ela vem. Quando minha sobrinha está aqui em São Paulo ela vem. Mas a maioria vem, a mulherada vem sim.

Então o pessoal tem essa preocupação de passar isso de pai para filho?

Tem. É para passar mesmo, prolongar o evento. Isso aí é uma coisa muito importante. Isso aí é uma coisa muito importante. Hoje em dia tem que quebrar esse racismo. Porque o ser humano não tem nada a ver se você nasceu branco ou nasceu preto, não tem nada a ver. Isso é da parte de Deus, que fez e vamô que vamô.

Você se recorda da sua primeira participação no jogo? Lembra como é que foi?

Puta que pariu. Não lembro. Só sei que foi no campo dos milionários. Na época eu tomava todas, vou lembrar o quê? Na época eu bebia demais.

No primeiro jogo você tinha quantos anos?

Eu estou com 62 anos. Na época eu tinha 25 ou 26 anos. Nem casado eu era. Casei com 30 anos.

Na época, o pessoal era tudo mais ou menos dessa idade?

Tudo da minha idade, nessa faixa etária de 25, 26 anos. Hoje já tem várias categorias, Antigamente era um jogo só. Depois aumentou o pessoal e passou para dois jogos. Aí começou a ter três jogos. Depois começou a aparecer mais velhos que queriam jogar também. Aqueles “catados” vinham no primeiro jogo, os melhores vinham mais tarde. Aí começou a vir nêgo de for para jogar.

No bar, tem um museu de vocês. Tem fotos de vários jogadores profissionais. São convidados ou eles que vêm e dizem que gostariam de participar do evento?

Jogou o Celso, jogou o Mosca, Magrão, diversos do São Caetano que vêm jogar. O Mosca saiu do Flor para ir ao Corinthians, foi para a Ponte Preta. O Celso foi para a Seleção Olímpica, jogou no Palmeiras. O Magrão que está atuando agora. E vêm diversos jogadores convidados. Agora está meio devagar, pois está chovendo demais. Já faz uns três anos que nós só pegamos chuva no final do ano. Vai ter que mudar a data, jogar de segunda-feira, sei lá.

Dia de jogo em São Camilo.
Em dia de jogo na comunidade de São João Clímaco o jogador é quem escolhe o time para defender. Foto: Equipe Ludopédio.
O que representa o jogo preto contra branco para vocês aqui da comunidade?

Para nós é muito importante. Você tem uma amizade com esse pessoal aí. O cara é preto, outro é amarelo, nós não temos muita coisa com isso aí não. O povo que frequenta essa comunidade aqui não tem esse negócio não. Pode ser preto, branco, amarelo, não tem discriminação nenhuma não.

Quem pode participar? Você já falou um pouco sobre isso. Como é a presença das mulheres no jogo, ao longo do ano?

Elas não vêm muito não pois é muito cedo, eu acho. Vão começar a chegar mesmo o pessoal na hora que começa o show. No jogo mesmo são mais os homens, os barbados mesmo. Algumas mulheres participam, que já estão acostumados a todo sábado vir aqui.

Nunca teve uma mulher que jogou?

Já fizemos jogo contra elas. Mas no evento não. Nós convidamos faz um mês e jogamos contra o SAAD de Guarulhos, jogamos contra elas. Aí metemos um monte nelas. Mas você não pode bobear não. Se deixar, a menina vai para cima. É meio embaçado, pois você não pode chegar junto com elas. Mas até que seria uma boa ideia fazer um jogo, convidar elas no ano que vem quando melhorar o campo. Agora eles estão falando que vão meter uma grama sintética. Aí pode chover que não tem mais esse pepino, podemos jogar à vontade. Vamos deixar para o futuro, podemos até convidar. Cada vez você vai ficando mais velho. Podemos até fazer um bem bolado aí. Criar um novo jogo. As mulheres jogam primeiro, as meninas todas novinhas, com 15 e 16 anos. Já que o Santos formou um time lá, pode ser formado outro time aqui. Quem sabe não aparece outra Marta aqui. Vai ser difícil…igual ao Pelé.

Pensando no jogo preto contra branco, qual o critério para falar em tal time ou jogo no outro time? Como é isso?

Vixi, os negão estão acabando. Não está mais nascendo negrão que você fala assim: “negrão!”. Está nascendo mulato. Negrão você pode contar quantos tem. Mulato é filho do negrão com uma loira, uma morena, uma mais clarinha.

Mas quem define?

É o próprio jogador. Se você fala assim: “vou jogar no negrão”. Mas se você é branco, você não vai jogar no negrão. Mas têm uns brancos que jogam no negrão. Tem uns que gostam de jogar no branco. Tem outro lá que o pai tem olhos verdes, é loiro, a mãe dele é mulata, é um branco, só que joga no time dos negrão.

Acontece de a cada uma pessoa ficar trocando de time? Como o pessoal encara isso?

Não tem nada não. Já teve essa época aí. Agora está mais montado. Já teve época aí que japonês jogou para os pretos, um outro já jogou para os brancos. Tem o branco que é meio mulato só porque tem o cabelinho meio…né…e joga para os negrão. Mas não tem nada. Acaba o jogo e é festa só. É só para comemorar final de ano, para encerrar o ano beleza. Graças a Deus nunca teve briga. Tem aqueles arranca rabo. Isso é normal de futebol. Mas é uma coisa lá dentro.

Em qual time você joga?

Eu jogo no branco.

Por que?

Porque sou branco, filho.

Você nunca mudou de time?

Não.

E quem ganha mais no final das contas?

O branco. Sempre. Mas fala para o Pneu que ele vai falar que não é o branco (risos). Mas esqueceram de fazer essa listagem.

Vocês nunca fizeram?

Ninguém fez essa listagem. Até semana passada mesmo nós estávamos pensando, mas também se fizer é para que? Aí vai começar… é melhor deixar quieto isso aí, deixar do jeito que está. Está bom. Enquanto estiver bom, não vai mexer. Em time que está ganhando não se mexe. Não é verdade? Porque o importante não é ganhar, o importante é a participação. É participar.

Tradicional partida.
Símbolo do jogo em 2009. Foto: Equipe Ludopédio.
E quem é o árbitro do jogo? É possível ele ser neutro?

Ah, tem um que é neutro, o Joaquim, que tem um problema na perna. Tem o Caixote, tem o Coral, que está aí também. Mas não tem nada não. Eles apitam direitinho.

Mas são vocês que escolhem o árbitro?

A comissão que escolhe. Mas nunca deu problema com árbitro. De vez em quando, Você essas palhaçadas no Campeonato Brasileiro, dando pênalti que também que não vai resolver nada. Mas também todo ser humano pode errar.

No jogo tem também os auxiliares, ou é só o árbitro?

Tem.

Você já presenciou alguma manifestação de racismo ao longo destes anos todos aqui no jogo? E se presenciou, como ela foi resolvida?

Aqui não. Se houve alguma, eu não participei. Acho que não teve não. Aqui é todo mundo unido.

Por que naquele documentário que passa muito na TV Cultura (DOCTV – Preto contra Branco)…

Teve uma briga entre o Camarão e o André…

Isso.

Não. Lá é tudo para encher o saco.

Aquilo lá foi só porque estava na TV?

Foi para encher o saco. Você põe um câmera filmando cara e ele já quer aparecer. Já muda, até o jeito. O cara quer fazer uma graça para aparecer mais. Porque televisão é fogo. Você pode ver aquela mina que mostrou a perna e hoje ela é…. O cara pode dar uma sorte aí, tipo é “aquele cara que eu preciso na novela”, pronto ele vira ator.

E durante o documentário mostra-se a questão dos dois jogadores e mostra da torcida também. Agora não me recordo o nome…

Eu sei quem é. O Gilmar e o Edu…que xingou a mãe dele. Isso foi para encher o saco, pois o cara estava filmando. Ele começou a falar e o negão fala pra caramba mesmo (risos). Nós jogamos bola junto no Flor e ele já falava pra caramba.

Mas eles participam constantemente?

Participam. Jogam no mesmo time. Jogavam no Flor na época, nesse dia. O Camarão não está jogando mais. Mas não tem nada a ver. Foi só para agitar. E não teve nada. Um deu pontapé no canto aqui, o outro já revidou. No fim levantaram e saíram conversando.

Ficaram depois na festa?

Ficaram aí na festa tomando… mas eles não bebem muito.

O senhor falou que a proposta do jogo é acabar com esta questão do racismo. O que determina uma ação racista? Um gesto, uma brincadeira. Como é que isso aparece? Quem vai determinar se foi uma situação ou não de racismo?

Na verdade, depende da pessoa com que você convive. Os caras sabem como é que eu sou. Eu junto todo mundo. Eu aqui não tenho negócio de negrão, brancão, pode ser quem for…estando lá dentro campo eu xingo mesmo. Pode jogar até do meu lado. Se não ganhar a bola para mim, eu meto a bronca no trombone (risos). Verdade…

Mas no jogo é permitido?

Não é permitido. Na hora você quer ganhar, entendeu? Você quer ganhar. Se entra dentro do campo, você quer ganhar o jogo. Pode ser de brincadeira, pode ser jogar bolinha de gude, você quer ganhar. Ninguém quer perder. Como nós entramos para ganhar, eles também entram para ganhar. Tem hora que tem uma trombada, um pisão, mas isso é lá dentro do campo. Acabou o jogo, acabou tudo. É lá dentro.

Nisso, as pessoas acabam falando, xingando…

Mas os caras levam na esportiva. É tudo lá dentro do campo. Fora, tem mais respeito, você respeita mais, eles respeitam a gente.

Então, o que acontece lá nunca aconteceu depois?

Não. Eu já estou há um bocado de anos aqui, mais de 30 anos.

Você disse assim: “lá dentro a gente quer ganhar”. Mas disse também que “no final das contas, o que importa é a participação”. Como vocês lidam com isso?

Na hora de sair você sai abraçado com o cara e está tudo certo. Esquece tudo lá dentro. Acabou o jogo, acabou tudo. Você meio que joga uma água, lava tudo lá dentro… aqui fora já é outra coisa. Nunca teve… só teve esses dois casinhos aí, que foi por causa da televisão. No resto, nunca teve briga, graças a Deus.

O fato de o evento ter aparecido tanto no documentário quanto em algumas reportagens, jornal, revista, você considera que isso contribuiu positiva ou negativamente para vocês? Enquanto visibilidade do evento…

Para nós foi bom, aconteceu uma coisa mais importante, porque tem muito político que vem para tentar ajudar. Porque está vendo que a coisa é séria, não é para brincadeira. Então tem muita gente que está dando uma força para o ano que vem. Já fizeram uma quadra, fizeram outra quadra, o que a gente tem que trazer do berço. A gente tem que trazer os moleques pequenos, pois a comunidade está aumentando.

Tradicional partida.
Na cobrança de escanteio Litão ajuda a defesa e protege a 1ª trave. Foto: Equipe Ludopédio.
Na quadra tem escolinha?

Tem escolinha, tem mais ou menos uns 300 molequinhos. Tem também o São Caetano que joga de terça-feira. Um ajudando o outro eu acho que… se tudo se ajuntar dá tudo certo.

Então tem uma visibilidade positiva?

Positiva. No ano que vem, se você vier, você verá diferença. Se Deus quiser… Falaram para mim, não sei se é verdade, que vão trocar todos os alambrados, vão fazer terraplanagem, já estão fazendo a reforma da quadra, vai ter mais uma quadra… está melhorando, graças a Deus.

Para encerrar, Litão, qual é o significado do jogo para você?

Para mim, é rever os amigos. Você fica o ano inteiro trabalhando afundado em uma firma ou em outros departamentos, que cada um tem o seu, e chega no fim do ano você vê os caras falarem “esse está vivo”, “aquele fulano morreu”. Você vai ver esses caras no final do ano. Tem um monte que vem de fora só por causa deste evento. Já não moram mais no pedaço aqui, moram no interior, e vêm só para este momento mesmo. Só para rever os amigos.

Então este jogo é fundamental para manter a amizade?

Eu acho que é mais fundamental para rever os amigos, aqueles que você conhece há muitos anos. Tem amigo aí de 40 ou 50 anos. Então, não é fácil você ter um amigo de 50 anos [emocionado]. Hoje em dia está difícil. Você tem um amigo, você vai falar: “esse cara aí é meu amigo”. Você vê que vem nego de fora, pois os caras são ponta firme mesmo.

 

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