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A “elegância moral” versus o “parasitismo de cofre”

Nas duas primeiras décadas do século XX, a cidade do Recife, assim como outras cidades do país, atravessava um profundo processo de transformações urbanas e sociais resultantes das mudanças políticas e econômicas no Brasil. A chegada da República e a abolição da escravidão davam à nação ares de liberdade, igualdade, democracia e modernidade. Outras transformações viriam, ligadas aos ideais de modernidade e progresso, almejando os padrões de civilização, disseminados pelas grandes cidades europeias e que ocorriam de acordo com a expansão das práticas capitalistas.

Ocorreram também grandes modificações no dia-a-dia das pessoas. O espaço aberto agora era um ambiente concorrido. Antes ocupadas pelas camadas mais humildes, para seu sustento e divertimento, as ruas eram paulatinamente usadas por aqueles que as consideravam perigosas. As vias públicas passaram a ser frequentadas também pelas elites recifenses que viviam reclusas. Essa procura por novos espaços de convivência e sociabilidade atingiram também o futebol.

O cotidiano do Recife modificava-se. Seus moradores frequentavam novos locais de lazer e entretenimento. Os divertimentos públicos tomaram a cidade. Essa expressão, usada por autoridades da época em documentos oficiais, englobavam desde festas de igrejas, bailes públicos, comemorações em datas cívicas, até os eventos esportivos como o futebol e o remo

Reforçando a composição de um novo estilo de vida que se construía no Recife, na virada do século, o que se via era a generalização das práticas esportivas entre os altos círculos sociais, tais como o turfe, o remo, o ciclismo, a esgrima e o futebol. Este último, revestido de caráter elitista, sob uma visão mais atenta, teve suas partidas transformadas em espaços de sociabilidade da “nossa melhor sociedade”.

Já difundido no continente europeu, o futebol tem na recepção brasileira mais uma das modernidades a serem incorporadas. Havia transcorridos poucos anos após a Proclamação da República (1889) e a intenção era acompanhar os ideais europeus de civilidade.

[…] se notava considerável número de pessoas dando, como sempre, o tom de destaque: gentis mademoiselles que com seus risos constantes, emprestavam aquelle recanto sportivo maior graça e encanto. (Football. Diário de Pernambuco, p.03, 28 jul. 1915)

Atribuía-se ao futebol uma série de vantagens, tais como desenvolvimento do caráter, cavalheirismo, higienização dos corpos, coordenação dos movimentos. Dessa forma, o futebol tornava-se importante opção de lazer e de exercício físico, ganhando cada vez mais adeptos. “A educação physica que não já muito era julgada sem importância, em nosso meio, tem se adiantado consideravelmente” (Jornal do Recife, 08 ago.1915, pág. 05).

Como nas principais cidades brasileiras, em Recife, o futebol teve seu “começo” atrelado aos jovens endinheirados, estudantes de Medicina, Direito e Engenharia, industriais, grandes comerciantes e profissionais liberais que buscavam na prática futebolística, além de uma atividade física moderna e civilizada, uma distinção social e racial.

Nas duas primeiras décadas do século XX o futebol se tornou um modismo da “nossa melhor sociedade”. Os jogos eram verdadeiros eventos sociais com a presença também do público feminino que ostentavam suas toilletes. Assim, a parcela rica e elegante do Recife incutia ao futebol status de elegância e refinamento.

Recife
Arco da Conceição, demolido no início do século XX . Fonte: Wikipedia

A resistência do profissionalismo

Ao longo das primeiras décadas do século XX, na visão de parte de seus praticantes, a atividade futebolística era revestida por amor. O sportman estava engajado no futebol somente pelo prazer e benefícios físicos e mentais próprios e sociais derivados dele. Com base nos preceitos dos ingleses, o futebol era dito como um esporte capaz de ressaltar as virtudes dos homens: elegância, ética, aceitação e respeito às regras e aos códigos esportivos, em que os competidores são adversários esportivos e não inimigos.

Desde cedo, os partidários do pretenso amadorismo no futebol começaram a combater o profissionalismo daqueles jogadores que “voavam” para outros clubes. Comparados às aves de arribação, os jogadores que trocavam de time são criticados por tal atitude.

As notícias de mudança de clube por parte dos jogadores ganhavam as páginas dos jornais recifenses. Em uma delas, o futebolista acusado de ser uma ave de arribação escreve ao vespertino para se defender das “pequenas injustiças” e “salvaguardar toda […] dignidade de cidadão brasileiro e de verdadeiro sportman”. A carta publicada na coluna de esportes deixa claro algumas características do amadorismo, orientado pelos valores da moral e identidade ao clube.

Tendo eu lido no Jornal Pequeno […] que eu ia jogar na presente temporada sportiva pelo Varzeano, cumpre-me vir terminantemente negar tal notícia e vos asseverar […] que sou cumpridor de minha palavra e que não sou ave de arribação para abandonar meu club – o Sport Club do Recife – pelo qual fui campeão este anno passado e ao qual tenho verdadeiro amor de verdadeiro sportman que me prése em ser (Uma carta do Sr. João Baptista do Sport. Jornal Pequeno, p.02, 28 jan.1918).

Além da chegada de jogadores de times recifenses, com o aumento do retorno financeiro, os clubes começaram a apostar em jogadores de outros estados, com mais experiência e prática futebolística.  Essa prática era vista também como um passo para o profissionalismo, que poderia transformar o mundo esportivo numa “verdadeira orgia, sem estabilidade e sem firmeza moral”.

Existem muitos players que jogam exclusivamente pelo interesse, pela conveniência pessoal e mais nada. Existem também, muitos foot-ballers que jogam por amor ao club, sabendo ser sportmen. […] É pois, muito provável, que este ou aquelle jogador abandone o seu club para ir disputar por outro, e ainda passe desse outro para outro…, que lhe ofereça mais vantagem monetária. Ora, […] ficará provado que esse jogador não tem amor a club algum. Esta prova de volubilidade estrictamente condicional, não só provará o caracter interesseiro do player, como também deixara patente aos olhos de toda gente as suas tendências para o profissionalismo. (Foot-ball. Jornal O Imparcial, Rio de Janeiro, in Jornal Pequeno, p.02, 11 mar. 1919)

No entendimento do ideal amador os jogadores de futebol eram símbolos de desenvolvimento moral e físico. Visto como entretenimento da ociosidade, a prática do futebol não era compatível com o lucro. O amadorismo, tido com o ato de não receber qualquer tipo de provento para exercer a atividade futebolística, era tratada com uma premissa fundamental a ser seguida. Defendia-se que o profissionalismo corrompia os valores educativos e morais que foram implantados pelos ideais amadores.

Para os amadoristas, o futebol deveria ser praticado com amor, para o deleite do praticante. Qualquer outro interesse, seja pecuniário ou outro tipo de vantagem, corrompia o esporte e era digno de desconfiança. Os defensores do futebol como elemento regenerador através do desenvolvimento físico repudiavam esse tipo de comportamento: utilizar a prática do futebol como meio de se acumular capital.

De maneira contraditória, os clubes viam no campeonato um lugar de demonstração da sua competência. Existindo, assim a necessidade de atestar suas façanhas honoríficas com troféus e medalhas. Gradativamente as amarras do amadorismo pareciam querer se arrebentar, contribuindo assim para o processo de profissionalização dos jogadores de futebol.

Recife
Ponte 7 de Setembro, demolida no início do século XX. Fonte: Wikipedia
 

A transição

A década de 1930 marca a transição do amadorismo para o profissionalismo dos jogadores em Pernambuco. Entendemos que esse processo de profissionalização estava ligado ao crescimento da competitividade e “intimamente entrelaçado, muitas vezes de forma complexa, com a estrutura da sociedade em geral”, conforme Norbert Elias e Eric Dunning (1992, p. 302).

A questão do amadorismo versus profissionalismo dos jogadores de futebol voltou á tona na década de 30 no Recife com a interessante trajetória do Tramways Sport Club.

Clube pertencente à companhia inglesa que explorava o serviço de bonde e de luz elétrica do Recife, o Tramways ganhou visibilidade ao ser campeão da série Branca em 1934, conquistando assim a ascensão à série Azul[2]. Nesta divisão, o elétrico, como era conhecido o Tramways, conquista ainda mais notoriedade quando foi bicampeão (1936 e 1937) de maneira invicta, fato até hoje não repetido.

Em 1935, o sistema vigente na relação entre clubes e jogadores pernambucanos oficialmente era o amadorismo, mas a realidade confrontava esta fala oficial. Enquanto organizava o seu esquadrão para o campeonato deste ano, levantou-se uma questão em relação ao falso amadorismo que estaria em andamento na formação da equipe elétrica.

O que o “Tramways” fez e está fazendo é, MUTATEI MUTANDIZ (sic), o que têm feito e continuam a fazer os diversos clubs filiados. O avanço aos bons jogadores e a sua permanência às vezes, às expensas do club n’um falso amadorismo. […] Todos, porém, dão empregos aos jogadores e garantem a sua qualidade de amadores. O que é muito pior, ao nosso ver, é negar-se existência do profissionalismo e, no entanto, consentem alguns clubs que vários dos seus jogadores sejam verdadeiros parasitas de seus cofres, não trabalhando, passando os dias e noites pelas portas dos bilhares e cafés, sem ao menos simularem empregados de qualquer empresa da firma comercial camarada. O “Tramways”, nesse assumpto, soube colocar-se bem. (Diário de Pernambuco, 31 mar. 1935, p. 07).

Na leitura deste trecho, ao autor deixa claro que o chamado falso amadorismo era comum naquele contexto. Admitia-se que alguns jogadores, através de contatos de seus dirigentes, simulavam serem empregados de qualquer “empresa camarada”. O que seria inadmissível era jogador que nem sequer dissimulava estar empregado, um verdadeiro “parasita” dos cofres do clube.

Como fica claro, o pagamento da habilidade com a bola nem sempre era com dinheiro. A garantia de um bom emprego numa empresa parceira do clube ao qual o jogador estava vinculado era a forma de “remuneração”.

Essa ambiguidade no futebol pernambucano de falso amadorismo criou, de certa forma, cenário a favor do profissionalismo. A preocupação dos anos 20 do mote de amadorismo puro parece ter se dissipado. Paulatinamente, os periódicos se distanciavam da defesa do amadorismo, percebendo que a realidade do futebol nos anos 30 era de profissionalismo disfarçado, embora o discurso moral em relação aos princípios do amadorismo era ainda latente.

No amadorismo, o “sportman” se salienta pelo desinteresse. É um apaixonado dos “sports”, vendo-o pelo subjectivismo dos seus propósitos ou efeitos. No profissionalismo, não. O que se salienta é o interesse, porque o profissional se radica ao lado do objetivo material, fazendo dele meio de vida, o seu ganha-pão. O amador se prende a um club pelo coração. O profissional pela barriga. O dinheiro é seu pavilhão. (Diário de Pernambuco, 12 jan. 1936, p. 07).

Nesse debate o profissionalismo passou a ser visto como um caminho rumo à modernização no futebol pernambucano, seguindo exemplo do que acontecia em outros estados brasileiros e até mesmo em outros países.

Se o Brasil tivesse se quedado indiferente ao movimento internacional de propaganda profissional do foot-ball, longe estaria de competir com os grandes centros foot-ballers. Teve que ir ao encontro dessa remodelação internacionalizada. Logo, si Recife fechar as portas a esse surto progressista que ora se vislumbra, terá que ficar manietado a esse falso amadorismo. (Diário de Pernambuco, 31 mar. 1935, p. 07).

Marco Zero do Recife, década de 1940. Fonte: Wikipedia
Marco Zero do Recife, década de 1940. Fonte: Wikipedia

No desporto pernambucano, a favor do profissionalismo, importante argumento era que este dava condições materiais para a aquisição e/ou permanência de jogadores talentosos nas suas forças representativas. Tinha-se em vista que a vitória de um clube de futebol local dava à cidade do Recife o estatuto de respeito e autoridade frente ao cenário futebolístico nacional. O futebol convergia em um canal de afirmação do sentimento regional pernambucano[1], “proporcionando aos clubs do Recife meios de organizarem novos quadros, fortes e descentes, de modo a garantir a Pernambuco o lugar que lhe compete”. (Diário de Pernambuco, 31 mar. 1935, p. 07).

As exigências estatutárias da Federação Pernambucana de Desportos eram de que só deviam jogar futebol nos clubes filiados os amadores devidamente registrados. Para isso, declarações dos filiandos ou do registrandos eram provas suficientes da legitimidade dessa condição. Dessa forma, possíveis irregularidades estavam sendo cometidas, o que levou a uma situação de inquietação no meio esportivo.

A indefinição da situação do vínculo dos jogadores no futebol pernambucano era visto com ressalvas. A exigência “moral” dos regulamentos de proibir a prática futebolística remunerada, como era esperada numa realidade tipicamente amadorista, passava progressivamente a perder sentido. A intensificação do “mercado de atletas” aproximava o futebol ao universo comercial.

A questão do profissionalismo em Pernambuco é coisa velha. Sempre existiu. Mesmo nos “meninos” de todos os clubs. Basta que elles sejam pobres, estudantes ou não tenham profissão, os clubs conservam esses jogadores com o rotulo de amadores e os sustenta e faz suas despesas. Destas columnas temos combatido francamente esse profissionalismo disfarçado com as sete capas amadoristas. Mas, se a F.P.D. não permite o profissionalismo ás claras, e consente na vinda de jogadores de outros Estados, aceita o profissionalismo ás escuras, e daí a ironia de alguns diretores de clubs, quando dizem: “esses moços são amadores; a F.P.D. quem o diz” e nós respeitamos a mentora. (Diário de Pernambuco, 11 mar. 1936, p. 06).

Com os novos atores em campo, o amadorismo ia se desfazendo e perdendo seu caráter tradicional, tendo suas marcas iniciais minadas pela realidade. Com essas transformações e novas (ou não tão novas) práticas, o perfil ideal de jogador, antes enquadrado em barreiras econômicas, sociais e raciais, parece ter mudado. Em nome da qualificação técnica de seus clubes, os “donos da bola” aceitam a inserção de “talentos do futebol” oriundos de camadas sociais diferentes das habituais de outrora.

Não nos interessa que o individuo jogue foot-ball por amadorismo ou profissionalismo. O que nos apraz é adrmirar o jogo technico, rigorosamente dentro das regras adoptadas. Combateremos, entretanto todo aquelle que se faz de gralha, querendo passar por amador, quando na verdade é profissional, sem possuir qualidades, ao menos, para ser profissional ás direita.

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COMBATER de hoje em deante o falso amadorismo, vae ser o nosso trabalho. Precisamos romper o véo decertas conveniencias, despindo certos moralistas que ostentam ufanosos o conceito de amador, fingindo jogar foot-ball desprendidamente, quando, a verdade, é outra e bem diversa. . (Diário de Pernambuco, 1º abr. 1936, p. 06).

No ano de 1936, um fato expressivo marcou à nova realidade da prática do futebol no Recife. A notoriedade de um jogador pernambucano, “crack” da sua posição, porque joga com franco conhecimento technico e, sobretudo, com inteligência[3], oriundo de uma família tradicional, o levou a ser chamado a jogar no Rio de Janeiro o famoso FLA-FLU. A convite do Fluminense Footbal Club, Arthur Carvalheira viajou e jogou matches da decisão de um torneio preliminar no Rio de Janeiro, que como capital federal, concentrava grande parte das atenções do País[4].

Defendendo o tricolor carioca em setembro de 1936, Arthur Carvalheira gabava-se por ainda ser amador. “Autorizo desmentir categoricamente assinatura contracto. Jogarei domingo primeira melhor de três contra Flamengo e como amador.[5] escreveu o jogador ao desmentir boato de que estava para atuar no Rio de Janeiro como profissional. No Sudeste, Carvalheira teve participação decisiva, quando em uma das partidas sofreu o pênalti que resultou em gol, o único da vitória tricolor frente aos rubro-negros. Numa melhor de três, o Fluminense saiu vitorioso e como premiação, os jogadores tricolores receberam o “bicho” de cem mil réis[6].

Dias depois de chegar ao Recife, Arthur toma um gesto elevado definindo sua posição de amador, quando decide devolver o bicho ao clube carioca. Enquanto se debatia a possibilidade de adoção do regime profissional em Pernambuco, Artur Carvalheira, este membro de distinta família, para não macular sua condição de amador, prefere devolver o dinheiro recebido após a vitória. “A minha posição de amador e sportista recommenda-me por uma questão de elegância moral o não recebimento de dadiva semelhante”, escrevei o jogador tratado como integrante da “trinca de ouro” do futebol pernambucano, junto com seu irmão e primo Fernando e Zezé Carvalheira.

Arthur é, sem favor, o “crack” da sua posição, porque joga com franco conhecimento técnico e, sobretudo, com inteligência. […] Ella (a F.P.D) bem sabe da dedicação dos Carvalheiras, Arthur, Fernando e Zezé, membros da distinta família […] E, no dia em que essa turma volte a pisar o gramado de nossos campos, envergando a camisa alvi-rubra, a camisa azul da F.P.D., todos os bons pernambucanos saberão aplaudil-a, sinceramente, lealmente, formulando, assim, por esse meio, os seus agradecimentos à honrada família Carvalheira (Diário de Pernambuco, 02 fev. 1936, p.06).

Ligado ao Clube Náutico Capibaribe e pertencente à uma família tradicional, Arthur entendia que, enquanto amador, sua atividade desportiva estava ligada aos seus próprios sentimentos de afetividade desportiva, impondo-se pelo desinteresse a gratificações monetárias.

Ao aristocrático clube da Avenida Rosa e Silva não poderia faltar a sua família tradicional. E até certo ponto não se sabia se os Carvalheira eram do Náutico ou se o Náutico era dos Carvalheira. Os dois irmãos, – aliás os dois em duplicata,- Fernando-Zezé, Artur e o saudoso Emídio, ligaram a vida de um família à existência de um clube: – Carvalheira e Clube Náutico Capibaribe. (CARVALHO, 1945. p.14)

A atitude de Arthur Carvalheira, parece ter sido o último suspiro do ideal amadorístico tão em voga nas duas primeiras décadas em Pernambuco. Na década de 1930 surgiu novos tempos. O profissionalismo foi paulatinamente adotado, após período de semiprofissionalismo, quando este mostrou que ficava cada vez mais difícil conservar os nobres valores do amadorismo.

Diário de PE, 05 de janeiro de 1937, p. 08.
Diário de PE, 05 de janeiro de 1937, p. 08.

Oficialmente, o amadorismo em Pernambuco permaneceu em vigor até 1937, data da inscrição do primeiro atleta profissional na Federação Pernambucana de Desportos. Luiz Zago, procedente de Minas Gerais, figurou no Atlético Mineiro por 18 meses e veio defender outro time alvinegro, o Central Sport Club, da cidade de Caruaru, agreste pernambucano (ALVES, 2000, p. 243).

Notas

[1] Sobre o regionalismo no futebol pernambucano, visto como importante meio de propaganda do estado, ver a dissertação “Recife entra em campo: história social do futebol no Recife (1905-1937)”.

[2] Organizadas pela Federação Pernambucana de Desportos, a série Branca era equivalente à segunda divisão, enquanto a primeira divisão era a série Azul.  Essas cores fazem referência à bandeira pernambucana.

[3] Diário de Pernambuco, 02 fev. 1936, p.06.

[4] Diário de Pernambuco, 08 set. 1936, p.08.

[5] Diário de Pernambuco, 13 set. 1936, capa.

[6] Diário de Pernambuco, 04 out.1936, p.04.

 

Referências

ALVES, Givanildo. Federação Pernambucana de Futebol: 1915-1999: 85 anos de bola rolando. Recife: Bagaço, 2000.

CARVALHO, Sócrates Times de. A família imperial. Nordeste, Recife, ano 1, n.2, p. 14, 25 dez, 1945. Esportes.

COUCEIRO, Sylvia Costa. Artes de viver a cidade: conflitos e convivências nos espaços de diversão e prazer no Recife nos anos 1920. Tese. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2003.

ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.

GOMES, Eduardo de Souza; PINHEIRO, Caio Lucas Morais (orgs.). Olhares para a profissionalização do futebol: análises plurais. Rio de Janeiro: Multifoco, 2015.

LIMA, Eduardo José Silva. Recife entra em campo: história social do futebol do Recife (1905-1937). Dissertação, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife, 2013.

LIMA, Rodrigo Carrapatoso de. Aves de arribação – o processo de “importação” de jogadores na cidade do Recife: conquistando glórias a preço de ouro (1915-1920). Dissertação, Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2013.

REZENDE, Antonio Paulo. O Recife. Histórias de uma cidade. Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 2000.

SALLES, José Geraldo do Carmo. Entre a paixão e o interesse: o amadorismo e o profissionalismo no futebol brasileiro. 2004. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 2004.

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Rodrigo Carrapatoso de Lima

Possui graduação em História (2008), especialização em História do Século XX (2010) e mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (2013). Atualmente é doutorando na Universidade de Coimbra (UC) e Técnico em Assuntos Educacionais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Membro da Rede Nordestina de Estudos em Mídia e Esporte (ReNEme) e Pesquisador das temáticas ligadas a ditadura e futebol.

Como citar

LIMA, Rodrigo Carrapatoso de. A “elegância moral” versus o “parasitismo de cofre”. Ludopédio, São Paulo, v. 180, n. 26, 2024.
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