Expresso Cascadura
Bem vindos ao Expresso Cascadura. Agradecemos à equipe do Ludopédio por nos dar a oportunidade de poder divulgar a história do futebol carioca e nacional através do olhar sociocultural de três vascaínos apaixonados. Sob o legado de Álvaro do Nascimento, o Zé de São Januário, a coluna Expresso Cascadura é dedicada à memória do futebol carioca, trazendo novos olhares para narrativas que se tornaram hegemônicas na literatura do futebol brasileiro.
Nosso time está formado por dois historiadores e um geógrafo. O camisa 10 é o professor de Geografia, Leandro Tavares Fontes, autor do livro Vasco: O Clube do Povo, uma polêmica com o flamenguismo (1923–1958). Leandro também já escreveu para o Ludopédio em duas oportunidades na coluna Futebol pelo Brasil, com os textos: “100 anos do Clássico dos Milhões: A verdadeira origem da rivalidade entre Vasco e Flamengo” e “O Vasco lutou e seguirá lutando por negros e operários”, esse último com participação do grande pesquisador vascaíno, Jorge Luiz Medeiros Braga; foi uma resposta a uma tentativa de revisionismo que de tempos em tempos tende a surgir contra o passado vascaíno, um dos grandes desafios para o Expresso Cascadura.
No meio-campo, com a histórica camisa 8 do Expresso, temos o historiador Bruno Pagano, autor do livro “Russinho: O inigualável êxtase do gol”, Bruno é debutante na cancha do Ludopédio e trabalhou no Centro de Memórias do Vasco da Gama, sem dúvidas, contribuirá muito com pesquisas e fontes históricas.
Como maquinista do Expresso Cascadura, temos o historiador Roberto Abdalla, herdou o nome do eterno camisa 10 de São Januário, Roberto Dinamite, mas gosta de jogar na defesa, com a 4 de Mauro Galvão. Aqui pelo Ludopédio já apresentou algumas pesquisas, uma sobre o Vasco e outra sobre o poeta João Cabral de Melo Neto. Sobre o Vasco, escreveu O Corvo Vascaíno, uma mascote com a honra do nome, sobre João Cabral, é autor do texto Os Brasis de João Cabral de Melo Neto e Nelson Rodrigues entre a crônica, a poesia e o futebol. Também escreveu um artigo dedicado à memória do goleiro Barbosa em seu centenário, Um Nobel da paz para Barbosa. É autor do livro Museu de Tudo: a arquitetura da memória poética de João Cabral de Melo Neto.
Alguns leitores talvez não estejam familiarizados com o nome Cascadura, não se trata apenas da região da Zona Norte do Rio de Janeiro, era também o apelido do ilustre torcedor do Vasco, Álvaro Nascimento, colunista do clube carioca de 1940 até 1982 no Jornal dos Sports. Ele usava o pseudônimo de Zé de São Januário. Dizem até que a célebre frase do Vasco: “Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal” seja de autoria dele, apesar de muitos atribuírem ao presidente vascaíno, Cyro Aranha.
A verdade é que as fontes nos dizem que a frase é de Américo Oliveira Cachiço, um senhor que venceu o concurso de melhor slogan para criação do departamento infantil do Vasco, durante a presidência de Cyro Aranha. A frase original trazia ainda uma diferença, era “Enquanto existir um coração infantil…” e não “Enquanto houver…”, esta, que se popularizou.
Esses pequenos detalhes que permeiam a história cruzmaltina são a mola propulsora de nosso trabalho de pesquisa e escrita, sutis fagulhas de histórias que muitas vezes nos permitem acessar o todo de uma compreensão macro-cósmica não só do futebol carioca, mas da história e da cultura brasileira. Afinal, a história de luta e resistência contra o racismo conhecida no Futebol, começou ainda no Remo; enfrentando o antilusitanismo da aristocracia brasileira, já no início do século XX; talvez por isso o Vasco seja o clube mais brasileiro, justamente por ser a síntese pragmática e genuína de uma união Brasil-Portugal.
Saudações Ludopédicas!