Flamengo x Vasco 1999: a origem do ‘vice de novo’

Era tarde do dia 16 de junho de 1999, Flamengo x Vasco jogavam a final do Cariocão e o Cruzmaltino só precisava de um empate para ser campeão. Diante disso, falamos do Vasco atual campeão da Libertadores e favorito ao título. Do outro lado temos um Flamengo, de Romário, jogando pela honra de não perder para seu maior rival, visto que neste mês de junho o Fla perdeu uma vez (2-0) e empatou outra (1-1) em um intervalo de uma semana contra o mesmo adversário.

Candidatos ao protagonismo não faltariam para este clássico. Só no Vasco, tínhamos: Edmundo, Mauro Galvão, Ramon Menezes, Donizete, Felipe maestro e cia. Já no Flamengo: Athirson, Beto, Clemer, Jorginho e claro… Romário. Essa final também representa uma rivalidade pessoal entre Edmundo e Romário. A dupla que despontou para o futebol mundial se destacando pelo Vasco, se reencontrou no Flamengo, em 1995, mas após o insucesso em campo, se separaram. Entretanto as polêmicas entre os dois sempre seguiriam, apesar de um respeito comportamental deles dentro de campo.

Flamengo x Vasco 1999

Diante de 87.519 mil pessoas, Flamengo e Vasco decidiram o título do Cariocão de 1999. O Vasco por ter melhor campanha, já havia empatado a partida de ida e só precisava de um simples empate para se consagrar campeões estaduais. Vale relembrar que além do título da Libertadores de 1998, o Vasco também era o atual campeão carioca – 100ª edição estadual (1998). Apesar de o Flamengo já ter em seu elenco, nomes como Romário e Jorginho, o time era composto por jovens apostas que viriam a despontar anos depois, aos exemplos de Athirson e Beto, além de Caio Ribeiro.

Durante o jogo, a partida claramente foi tensa, como um clássico costuma ser. Flamengo precisando da vitória atacava mais, tendo até bola na trave no 2º tempo. Contudo, o Vasco apesar de já cogitar uma possível retranca, era perigoso nos contra-ataques. Nesta altura, a torcida do Flamengo já apelava para suas crenças, visto que após uma fisgada, Romário tinha deixado o jogo lesionado no primeiro tempo.

Por obra do destino, o substituto de Romário foi o homem decisivo para o título do Flamengo. Caio Ribeiro, aos 30 minutos do 2º tempo, sofre uma falta após jogada individual e mudaria o rumo desta final. Sendo assim, coube a Rodrigo Mendes, meia-atacante que só havia feito um gol no Cariocão, fez o gol de falta. Curiosamente, a bola desvia na barreira e engana Mauro Galvão, que fazia um partidaço. 

Vice de novo

Apesar de ter sido uma final, essa decisão abre a trilogia de títulos cariocas do Flamengo sobre o Vasco durante o triênio 1999, 2000 e 2001. Além disso, duas dessas três finais se resolveram com gols de falta pró-Flamengo. Em meio a tudo isso, no Rio de Janeiro com o funk em alta, a torcida Rubro-negra adaptaria um som do momento para o eterno cântico de ‘vice de novo’. 

Desde então, Flamengo e Vasco se reencontrariam em mais algumas finais e curiosamente até os dias atuais o Vasco jamais ganharia do Flamengo em uma decisão. Lá se vão as finais do Cariocão: 1999, 2000, 2001, 2011, 2014 e 2019. Ainda assim também dá para citarmos a Copa do Brasil 2006.

Por fim, com um longo jejum de finais sem vencer o Flamengo (desde 1988), a torcida do Vasco sofreria com a fama de vice para o Flamengo. Naquela temporada o já desacreditado Flamengo além de vencer o atual campeão da Libertadores na final do Cariocão, também venceria o campeão da Libertadores daquele ano, o Palmeiras, na final da Copa Mercosul.

Republique

Gabriel de Oliveira Costa

Jornalista carioca, tenho 22 anos. Apaixonado por futebol, fator principal pelo qual sou motivado para trabalhar com  a comunicação social, desde março realizo trabalhos direcionados ao conteúdo esportivo. Há dois anos trabalho com pautas de economia e política.