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Legião Azul: a barra brava da roça em Itaboraí/RJ

Eduardo de Souza Gomes 4 de agosto de 2020

Itaboraí é um município localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro e que possui, segundo as últimas estimativas do IBGE (2019), 240.592 habitantes. Está geograficamente situado a 45 km da capital do estado, a cidade do Rio de Janeiro. A história da região remete ao período colonial, tendo sua emancipação político-administrativa sido efetivada em 22 de maio de 1833.

Localização de Itaboraí no Rio de Janeiro
Localização de Itaboraí no Rio de Janeiro. Fonte: Wikipedia.

Mesmo se tratando de um município relativamente próximo à capital estadual, Itaboraí não possuiu historicamente muitos clubes que se aventuraram em competições oficiais de futebol profissional. O principal e, também, mais popular, é a Associação Desportiva Itaboraí, carinhosamente conhecida e chamada pelos torcedores locais de ADI. Mesmo com a existência de clubes homônimos em distintos momentos, como o Itaboraí Futebol Clube nos anos 2000, a ADI se consolidou como o time da cidade para a maior parte dos itaboraienses que buscavam uma equipe de futebol local para torcer, além das quatro grandes equipes já dominantes no estado (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco).

Essa perspectiva, de torcer para o time da cidade, vai de encontro a uma determinada busca, consciente ou não, de construção de uma identidade local. Identidade essa que se materializa enquanto forma de pertencimento cultural e social a um espaço específico. No caso de Itaboraí, a ADI se consolidou na década atual como uma das formas possíveis para a construção dessa identidade citadina. Acerca desse aspecto, me utilizo enquanto fonte para tal análise empírica.

Nasci em Niterói e vivi parte da infância entre essa cidade e a capital do estado, quando minha família foi morar no bairro das Laranjeiras. Anos depois, nos mudamos para Itaboraí, onde por lá fiquei até o fim da adolescência. A Pedra Bonita (uma das etimologias possíveis da palavra Itaboraí, que é de origem tupi), além de ser a cidade onde vivi boa parte da juventude, é também o local de origem e moradia, até os dias atuais, da maioria de meus familiares. Inegavelmente, meus caminhos identitários, se não estão circunscritos apenas a esse município, passam por lá com muita centralidade. E hoje, mesmo já não residindo em terras itaboraienses há mais de uma década, percebo pelo futebol o quanto tal identidade ainda se faz presente em minha vida.

Estádio Municipal Alziro de Almeida
Estádio Municipal Alziro de Almeida. Foto: Wikipedia.

Mesmo a distância, acompanhei a (re)construção da ADI e sua ascensão nas divisões de acesso do Campeonato Carioca nessa década, até a participação do clube no Campeonato Brasileiro da Série D em 2019. Revivi em minhas memórias momentos da infância e adolescência ao ver notícias dos jogos do clube no Estádio Municipal Alziro de Almeida, o Alzirão, praça esportiva que sedia os jogos da ADI (e de boa parte dos clubes do Leste Fluminense) e onde pude disputar diversos torneios de futebol da cidade durante a juventude. Essa perspectiva de pertencimento local foi em mim revivida em diferentes momentos, a partir das lembranças que a ADI me possibilitou acessar, materializando assim uma representação clubística que se mistura com a representação identitária local da cidade.

Esse misto de representação e pertencimento que fomenta a construção de uma identidade que valorize os costumes locais. Sentir que está representando sua terra, sua cultura, seu local de vivência e sociabilidade. Essa busca por uma ideia de representatividade, nem sempre é simples ou ocorre naturalmente. Pelo contrário, se faz necessário destacar e valorizar determinados símbolos culturais, às vezes esquecidos ou imersos em meio a questões econômicas ou políticas que são, a priori, entendidas como mais importantes ou urgentes. Roger Chartier destaca que

“Ao trabalhar sobre as lutas de representação, cuja questão é o ordenamento, portanto a hierarquização da própria estrutura social, a história cultural separa-se sem dúvida de uma dependência demasiadamente estrita de uma história social dedicada exclusivamente ao estudo das lutas econômicas, porém opera um retorno hábil também sobre o social, pois centra a atenção sobre as estratégias simbólicas que determinam posições e relações e que constroem, para cada classe, grupo ou meio, um ser-percebido constitutivo de sua identidade”. (CHARTIER, 1991, p. 183).

E foi a partir dessa busca por uma representação clubística local, inclusive, que um grupo de torcedores fundou em 2010 uma torcida organizada própria da ADI: o Movimento Legião Azul. E é um pouco sobre esse movimento de torcedores organizados da ADI que irei tratar nesse pequeno texto de hoje.

Como introdução, é válido fazer uma rápida recapitulação acerca da história do clube até a década atual, período que pode ser considerado, em termos de resultados e expansão, como o mais importante na história futebolística da agremiação.

A ADI foi fundada em julho de 1976. Já no ano seguinte, alcançou um grande feito, ao se tornar vice-campeã do Campeonato Fluminense de futebol masculino, que foi a penúltima edição desse torneio estadual. Nessa ocasião, o clube foi derrotado na final pelo Manufatora Atlético Clube, clube operário do Barreto, em Niterói, que conquistou seu segundo título estadual em 1977 e que, a partir de 1978, mudou seu nome para Associação Desportiva Niterói (em 1983, entretanto, a agremiação encerrou suas atividades). Com a fusão ocorrida em 1975 entre o antigo estado do Rio de Janeiro e o estado da Guanabara (que era a cidade do Rio de Janeiro, após essa deixar de ser o Distrito Federal em 1960), de 1979 em diante o Campeonato Fluminense foi extinto e todos os clubes passaram a jogar apenas o Campeonato Carioca (antes circunscrito aos clubes da cidade do Rio de Janeiro e alguns eventuais convidados de outras regiões).

No primeiro Campeonato Carioca que disputou, em 1978, a ADI jogou a divisão de acesso (que era a 2ª divisão estadual), sem conseguir subir para a divisão principal. Após essa participação, permaneceu um grande período sem disputar competições profissionais oficiais. Retornou apenas em 1995, na 4ª divisão do Carioca. Apesar da boa campanha realizada, onde terminou em 5º lugar na classificação final, novamente não conseguiu o acesso e demorou mais quinze anos para retornar ao estadual.

antigo escudo da ADI
À esquerda, o antigo escudo da ADI e, à direita, o novo emblema desde 2014. Foto: Wikipedia.

A partir de 2010, o clube foi se reorganizando aos poucos. Nesse ano, voltou a disputar o estadual, quando jogou a 3ª divisão do carioca. Passou por altos e baixos até 2014, quando o clube vivenciou uma grande restruturação, que culminou na mudança de sua equipe diretiva, na criação de uma nova arte para seu escudo e em uma nova participação na 3ª divisão (então Série C) do estadual no Rio de Janeiro.

Tais mudanças trouxeram, de fato, efeitos positivos. Já em 2015, a ADI foi campeã da Série C do Carioca e conseguiu o acesso para a segunda divisão estadual do ano seguinte. Disputou a divisão inferior do Rio entre 2016 e 2019, com campanhas expressivas. Em 2016 ficou em 3º lugar, quase conseguindo o acesso para a elite do estadual. Em 2017, novamente realizou boa campanha, dessa vez terminando em 6º lugar.

Além disso, anualmente o clube tem jogado também a Copa Rio, segunda principal competição estadual do Rio de Janeiro. Nesse certame, a ADI foi 3ª colocada em 2016 e vice-campeã em 2018, quando foi derrotada na final pelo Americano, de Campos dos Goytacazes. Segundo o regulamento da Copa Rio, o vencedor do torneio deve optar entre jogar a Copa do Brasil ou o Campeonato Brasileiro da Série D do ano seguinte. Como naquela ocasião, o time de Campos escolheu jogar a Copa do Brasil, a ADI conseguiu assim uma inédita vaga para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série D 2019.

Associação Desportiva Itaboraí
Associação Desportiva Itaboraí em 2014. Foto: Wikipedia.

Com esse cenário crescente, 2019 tinha tudo para ser, então, o maior ano da história do clube. Infelizmente, por problemas diversos, acabou não sendo. Pelo menos não pelo desempenho dentro de campo. A equipe foi eliminada na primeira fase da Série D, tendo ficado em 3º lugar no grupo que tinha como adversários as equipes do Novorizontino-SP, Hercílio Luz-SC e Tupi-MG. Além disso, o foco na competição nacional acabou desorganizando a preparação para o estadual, onde a ADI acabou rebaixada e voltou para a 3ª divisão do estadual (hoje denominada Série B2) pela primeira vez em cinco anos.

2020 será, então, um ano de reconstrução. Subir novamente para a Série B1 (atual nomenclatura da segunda divisão estadual) é o objetivo do clube nesse atípico ano marcado pela pandemia da Covid-19. Entretanto, em todos esses momentos aqui narrados, seja na alegria do título da Série C em 2015 ou na disputa da Série D do campeonato nacional em 2019, tal como no rebaixamento do ano passado, um fator sempre se manteve presente nos jogos da ADI: a presença da Legião Azul.

Como já assinalado, o Movimento Legião Azul surgiu em 2010, quando também se iniciou o ressurgimento da ADI no futebol profissional. Desde então, seus integrantes têm acompanhado todos os passos do clube de forma assídua, colaborando, por exemplo, para que o time tivesse, inclusive, uma das melhores médias de público das divisões inferiores do Carioca nos últimos anos.

A criação da Legião Azul está diretamente relacionada ao interesse de interligar uma determinada identidade clubística com a identidade local daqueles que vivem a cultura itaboraiense. Uma prova é que, por exemplo, o hino da cidade é frequentemente cantado pelos torcedores nos jogos do clube, como podemos conferir no vídeo abaixo:

Os torcedores vinculados à Legião Azul estiveram presentes em jogos da ADI realizados fora da cidade e, até mesmo, em outros estados, como no caso das partidas da Série D do Brasileirão ano passado. Foram viagens que levaram não só o nome do clube, mas também da cidade de Itaboraí, para praças esportivas de Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. É a “barra brava da roça”, como os próprios torcedores da organizada se intitulam, levando o nome e a cultura itaboraiense Brasil afora.

torcedores da Legião Azul
“Bem-vindo à roça”: forma identitária dos torcedores da Legião Azul fazerem referência às raízes itaboraienses. Foto: Reprodução/Facebook.

Em 2017, após uma confusão em jogo realizado no Alzirão contra o tradicional America, a ADI foi punida, tendo que jogar cinco partidas no ano seguinte sem torcida. E qual foi a solução da Legião Azul? Alugaram um trio elétrico para, assim, assistirem as partidas por cima dos muros do estádio, como podemos ver na foto abaixo.

torcedores da Legião Azul
Torcida da Legião Azul torce para ADI em cima de um trio elétrico, em dia de jogo no Alzirão. Foto: Reprodução/Facebook.

Sobre esse período em que os torcedores do clube tiveram que inovar com o trio elétrico, é válido ainda destacar uma publicação feita na época em redes sociais por uma das torcedoras da Legião Azul. Seu olhar representa bem o quanto a torcida encarna a ideia de estar representando o clube e, nesse caso, também a cidade de Itaboraí:

A Série B1 do Campeonato Carioca voltou ontem, às 11 horas. O Itaboraí venceu o Olaria por 4×0, que já é pra começar a temporada com os ânimos lá no alto. Muito orgulho de saber que, mesmo depois de tantas coisas, essa galera se manteve unida. Sou grata por poder dividir a bancada com cada um de vocês! Todos sabíamos que o jogo seria com os portões fechados, às 11 horas da manhã e com a possibilidade de sol quente na cabeça, mesmo assim não desanimamos. “Vamos alentar da rua”, foi o pensamento geral. Na sexta-feira, a boa notícia: conseguimos um trio elétrico […] Sem saber se essa ideia daria certo, apostamos nossas fichas nela. A ideia sempre foi só uma: o Itaboraí não pode jogar em silêncio. Graças a Deus, o resultado foi o melhor possível: alento 90 minutos e goleada no adversário. Os elogios e o reconhecimento só mostram que estamos no caminho que escolhemos, Itaboraí acima de tudo. Não importa se estamos sob punição, seja onde for, vamos ver esse time jogar! Nossas vozes pertencem ao Azulão, não tem jeito! 
Parafraseando Djonga: “onde nós solta a voz é estouro”.

O lema da torcida passa muito pelos sentidos da identidade local e do pertencimento à cidade. É comum se ouvir gritos e cânticos dos torcedores que exaltam o município de Itaboraí como um todo, como nessa mensagem que cito abaixo e que está fixada na página oficial do facebook do Movimento Legião Azul:

E é com essa pegada nos 90 minutos que nós iremos levar nossa Águia ao tão sonhado acesso para a elite do Futebol Carioca!

Somos mais que Barras Bravas, somos porta-vozes de uma cidade inteira! Nos orgulhamos de representar um povo que sofre na mão de corruptos, de crises financeiras, que é alvo de piada das cidades vizinhas. Nem por isso deixamos de defender nossas cores, nossas raízes, nossa cultura, nossa bandeira, NOSSA TERRA! É por isso que damos nossas vidas na Arquibancada. É por isso que nos dedicamos tanto. NÃO É APENAS FUTEBOL!

Prazer, somos a Legião Azul! A Barra da Roça! A Banda do ADI! A torcida que canta em nome de 300 mil itaboraienses, que alenta por um POVO!

Junte-se a nós! Venha para o descontrole! Unidos somos mais fortes! #AvanteÁguia #SomosRoceiros #ABarraDaRoça #Bairrismo
 #FundamentalismoRoceiro #BarraBrava

Vamos… PRA CIMA, AZULÃO!

Quero… GRITAR ‘CAMPEÃO’!

Vamos lutar… POR MAIS ESSA TAÇA!

Vamos, ADI, com GARRA e com RAÇA!

(Não paro de cantar!)…”

Essa identidade local é valorizada, como explicito na fonte acima. Os possíveis olhares pejorativos dos vizinhos de outros municípios, tal como os problemas políticos e sociais locais, são destacados como motivações para a construção de uma valorização da cidade e do clube a partir da torcida. Na Legião Azul, os torcedores incorporam tudo que representa ser itaboraiense, sem vergonha de dizer que são, por exemplo, a “barra brava da roça” ou que defendem essa cultura. Vejam o clima dos torcedores nesse vídeo, lançado no facebook oficial da torcida e que evidencia seus integrantes cantando parte de suas músicas em um jogo no Alzirão.

Bernardo Buarque de Holanda, ao analisar a questão da formação histórica das torcidas jovens na cidade do Rio de Janeiro, destacou que a ideia de um pertencimento clubístico se relacionava, também, a um pertencimento específico a um determinado grupo (assim como um local ou cultura), pois

“O pertencimento ao grupo se situava para além dos dias de jogo e se identificava em um estilo de vida expresso nas marcas de identidade fornecidas pela camisa e por outros símbolos visuais de apelo estético para o auto-reconhecimento de cada agremiação” (HOLANDA, 2008, p. 268).

Esse pertencimento, que no caso da Legião Azul se relaciona com a ADI e a cidade que o clube representa, é o que motiva os torcedores a acompanharem, valorizarem e defenderem suas raízes culturais com maior força. Sabendo das diferentes formas de se desenvolver uma identidade cultural no cenário globalizado, como já nos explicitou Stuart Hall outrora (2011), o caminho desses torcedores ligados à ADI é aquele que idealiza a valorização da cultura local, se contrapondo a outros interesses mais globalizantes e/ou dominantes.

Seja na Série B2 do Carioca ou em saltos maiores que o clube venha a alcançar daqui para frente, é essa identidade que demarca a relação atual da torcida com a agremiação, dentro da cidade de Itaboraí. Trata-se de uma perspectiva de pertencimento, via futebol, pouco antes vista nesse município. A ponto de fazer com que seus torcedores viajem para outros estados, acompanhando a equipe e levando as cores de Itaboraí para outras partes do país. E a ponto, também, de fazer com que eu, que já não vivo na cidade há mais de dez anos, possa reviver em minha mente parte dessas memórias que se misturam e ressignificam a partir da relação com o clube, a cidade e o passado.

Referências bibliográficas

CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados. 11 (5), p. 173-191, 1991.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011.

HOLANDA, Bernardo Buarque de. O clube como vontade e representação: o jornalismo esportivo e a formação das torcidas organizadas de futebol do Rio de Janeiro (1967-1988). 2008. 771 f. Tese (Doutorado em História Social da Cultura) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

Associação Desportiva Itaboraí. Wikipedia. Acesso em: 29 jul. 2020.

 

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Edu Gomes

Historiador, professor e pesquisador do esporte. Doutor e mestre em História Comparada, com ênfase em História do Esporte, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com período sanduíche na Universidad de Antioquia (UdeA), Colômbia. Graduando em Educação Física (Claretiano). Atua como pesquisador do Sport: Laboratório de História do Esporte e do Lazer (UFRJ). Professor na Educação Superior e Básica. Editor e colunista de esportes do Jornal Toda Palavra (Niterói/RJ), além de atuar como repórter e comentarista da Rádio Esporte Metropolitano. Autor dos livros intitulados "A invenção do profissionalismo no futebol: tensões e efeitos no Rio de Janeiro (1933-1941) e na Colômbia (1948-1954)" (Ed. Appris, 2019) e "El Dorado: os efeitos do profissionalismo no futebol colombiano (1948-1951)" (Ed. Multifoco, 2014). Organizador da obra "Olhares para a profissionalização do futebol: análises plurais" (Ed. Multifoco, 2015), além de outros trabalhos relacionados à História do Esporte na América Latina.

Como citar

GOMES, Eduardo de Souza. Legião Azul: a barra brava da roça em Itaboraí/RJ. Ludopédio, São Paulo, v. 134, n. 9, 2020.
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