Os primeiros quarenta e cinco minutos de Barcelona e Unidos de Manchester não tiveram a mesma empolgação de doze anos atrás quando decidiram o troféu da Europa.
Na época, a Champions League estava em prestígio, transmitido até no canal 5 o tic tac catalão contra o time de Alex Ferguson.
A final aconteceu em Wembley e eu assisti no Morro do Urubu na tv de plasma Panasonic com meu amigo da escola Washington. Onde ele está agora? Onde está aquele Barça?
Onde está a promessa de Pedro e David Villa que me deu tantas alegrias nas partidas de Playstation? Messi nem se fala.
E os diabos vermelhos tinham Rooney. Owen, Giggs e se despedia do goleiro Van der Sar. A saudade daquela partida me fez cochilar no duelo de hoje, me contentei com o gol chorado de Lewandowski e subestimei o poderio dessas camisas.
No intervalo descansei. Descansei do expediente pós-carnaval, das tabelas de excel, do trabalho de conclusão de curso, dos treinos pra melhorar a saúde, da obrigação do segundo idioma, das mensagens não respondidas, do financiamento imobiliário, do futuro matrimônio, dos temporais que assustam São Paulo…

Quando acordei vi a empolgação tomando conta da torcida do Manchester, minha visão turva quase não enxergava o placar da tv cultura. O que aconteceu em Old Trafford parecia aquele time de doze anos atrás. O volante Fred – crucificado pelos brasileiros como fazem com jogadores negros em copas do mundo- garantiu o empate. E a virada veio no chute de primeira de Antony que eu vi ganhar a copa de futebol júnior há menos de cinco anos no Pacaembu. 2×1.
Faltou tic tac pro time do Barça. Os catalães foram eliminados, mas pra mim venceram por 1×0. Não se dorme no Teatro dos Sonhos o despertar pode ser um pesadelo.