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“A Taça do Mundo É Nossa!” Campo político e campo esportivo: década de 1950 (1ª parte)

Denaldo Alchorne de Souza 7 de maio de 2024

24 de junho de 1958, Rio de Janeiro, interior do Palácio das Laranjeiras, instante em que os jogadores brasileiros estavam disputando a partida semifinal da Copa do Mundo da Suécia1:

“Gol Sara, goool do Brasil”! Quem gritava emocionado como milhares de outros brasileiros era o presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira, da sacada do Palácio das Laranjeiras para sua esposa […]. O Presidente que acabara de almoçar com os embaixadores das repúblicas americanas, palestrou alguns minutos com o pai de Garrincha, que fora, a seu convite, visitá-lo. Em seguida, rumou para o andar superior do Palácio. Vestiu cômodas pantufas, calça sport, e um paletó caseiro, a fim de ouvir o jogo. Suas filhas, muito nervosas com o desenrolar da peleja, não conseguiram conter a ansiedade. Márcia, abraçada com um rádio, era a mais inquieta. Maristela fingia ler um livro de História do Brasil. Mas na verdade, tão emocionada como sua irmã, torcia, com todo o coração pela vitória. O presidente aproxima-se do rádio. D. Sara lhe fez uma pergunta. O presidente responde: “– Claro que vamos vencer. Dois a zero no mínimo”.2

2 de julho de 1958, Rio de Janeiro, em frente do Palácio do Catete, retorno da seleção ao Brasil, três dias antes acabara de ser campeã mundial:

Depois do trajeto apoteótico – desde o Galeão – os craques do Brasil, campeões mundiais de futebol, chegaram ao Palácio do Catete, onde eram esperados pelo presidente da República. Era a consagração oficial, que se seguia à impressionante consagração popular. E JK, menos formal que humano, menos presidente que torcedor, vibrando, como povo que também é, na admiração dos atletas, abraçou comovido o capitão Belini que empunhava a Taça Jules Rimet, a cobiçada e, afinal, nossa Copa do Mundo. Era o abraço do Brasil aos seus grandes campeões.3

Segundo alguns cronistas, o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) somente alcançou uma dimensão popular após a Copa do Mundo. Juscelino já era presidente havia dois anos, mas toda a fama de euforia que no futuro se atribuíra a seu governo só começou após a epopeia futebolística na Suécia.4

Independente da constatação, o futebol foi uma chave para que a imagem de Juscelino chegasse aos trabalhadores de uma forma mais simples, mais pessoal, mais humana, longe daquele Kubitschek repleto de dados econômicos, estatísticas e planejamentos que, se por um lado, inspirava competência, otimismo e eficácia, por outro, causava certo distanciamento. Ao abraçar jogadores como Pelé e Garrincha, o JK que os trabalhadores aprenderam a conhecer durante a Copa do Mundo não era somente um hábil administrador do povo, ele se confundia com o próprio povo.

Assim, entender como foi feita a ligação entre o Estado brasileiro e esta forma de expressão popular é o que procuraremos desenvolver nas próximas linhas.

De Vargas a Vargas: o campo político e o campo esportivo

O Estado brasileiro que se consolidou após a Revolução de 1930 estava interessado no fenômeno esportivo. Independente de ser jogador ou torcedor, pobre ou rico, negro ou branco, a seleção nacional de futebol era um instrumento poderoso para a difusão e a legitimação do arcabouço ideológico do nacionalismo e da democracia social 5 Para os governantes, já não era mais possível deixar nas mãos da iniciativa privada a responsabilidade pelo desenvolvimento dos esportes. Era necessário intervir e, ao mesmo tempo, conseguir o apoio da sociedade.

Para entendermos melhor este processo, iremos utilizar o conceito de campo de Pierre Bourdieu, que consiste num espaço onde se travam lutas concorrenciais entre atores em função de interesses e conflitos específicos à área em questão, sem negar os aspectos econômicos, políticos e sociais mais amplos.6 No interior do campo, os agentes sociais travam relações de forças que têm por instrumento e alvo o capital simbólico, institucionalizado ou não, que os diferentes agentes e instituições conseguiram acumular no decorrer das lutas anteriores. Todo o campo é desigual, dividido entre dominantes e dominados. Cada um investindo em estratégias que depende de sua posição. Os dominantes tenderão a uma estratégia de conservação e os dominados à transformação ou ao descrédito do capital simbólico considerado legítimo.7 Faremos uma relação entre dois, o político e o esportivo, procurando mostrar as divergências internas existentes em ambos.

Durante todo o Primeiro Governo Vargas (1930-1945) ocorreu uma contínua e organizada intervenção do Estado no campo esportivo. Ainda em 1936, Luiz Aranha se tornou presidente da CBD. O novo presidente era respaldado dentro do campo político pelo seu irmão, o ministro Oswaldo Aranha, e pelo diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), Lourival Fontes. Nos anos seguintes, o governo atuou decisivamente na pacificação do campo esportivo brasileiro que, naquele momento, estava cindido em dois grandes grupos (1937).8 Participou dos preparativos para a Copa do Mundo de Futebol (1938) a ser disputada na França, prometendo, inclusive, casa própria para os craques, se conquistassem o campeonato mundial. Criou a Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD), na Universidade do Brasil (1939). Apoiou o município de São Paulo na construção do Estádio do Pacaembu (1940). E, finalmente, através do Decreto-lei nº 3.199 de 14 de abril de 1941, consolidou o processo de oficialização dos esportes com a criação do Conselho Nacional de Desportos (CND). O CND foi o órgão responsável pela regulamentação de todos os esportes e de suas respectivas federações e confederações no território brasileiro e também possuía o poder de autorizar a participação de delegações esportivas em competições no exterior.9

O CND era dirigido por uma comissão de cinco membros escolhidos diretamente pelo presidente Getúlio Vargas. A presidência ficou com Luiz Aranha, que já acumulava a direção da CBD. Em 1942, em virtude do envolvimento do irmão Oswaldo nos esforços de guerra, Luiz Aranha largou o CND em favor de João Lyra Filho. E no ano seguinte, deixou a CBD em favor de Rivadávia Corrêa Meyer. Ambos, João Lyra Filho e Rivadavia Corrêa Meyer, pertenciam ao seu grupo dentro do campo esportivo. Nos quadros diretivos da CBD e do CND ainda existiam outros nomes pertencentes ao grupo, como o romancista José Lins do Rêgo, o poeta Manoel do Nascimento Vargas Netto, José Maria do Castelo Branco e os tricolores Mário Pollo e Luís Galotti.10

O grupo também contava com o importante auxílio do Jornal dos Sports. Nas páginas cor-de-rosa de Mário Filho existiam colunas fixas de José Lins do Rêgo, João Lyra Filho, Mário Pollo e Manuel do Nascimento Vargas Netto. Tais nomes provavam que a influência esportiva do Jornal dos Sports não se devia somente a sua inquestionável qualidade jornalista, mas também por ser uma espécie de diário oficial da CBD e do CND naquela época.

Durante o Estado Novo, o grupo foi agraciado com os principais cargos diretivos e soube se adaptar ao processo de democratização efetuado após 1945.11 Às vésperas da Copa do Mundo de 1950, os mesmos nomes ainda se mantinham no quadro principal do campo esportivo do país. Rivadávia ainda era o presidente da CBD; no entanto, por problemas de saúde, foi substituído interinamente por seu vice Mário Pollo. No CND, João Lyra Filho continuava como presidente da entidade. No final daquele ano, renunciou ao cargo, sendo substituído por Manoel do Nascimento Vargas Netto. O secretário-geral da CBD em todo o período foi o romancista José Lins do Rêgo, que em alguns momentos também foi membro do CND.12

João Lyra Filho e Anastácio Rodrigues – Foto: Arquivo
João Lyra Filho à esquerda. Fonte: reprodução

João Lyra Filho

Entretanto, para dominar o campo esportivo, não bastava ter os principais cargos diretivos, ter um bom relacionamento com o campo político, ou contar com um jornal esportivo de projeção. Era necessário também criar um discurso que unificasse a ideologia oficial com as práticas desportivas.

Um escritor que se destacou nos assuntos que abordavam os esportes foi o já mencionado João Lyra Filho. Além dos cargos no CND, ele foi presidente do Botafogo Futebol Clube e chefe da delegação brasileira que disputou o campeonato sul-americano em 1945. Assumiu cargos em diferentes setores, se destacando os de diretor da Caixa Econômica Federal, ministro do Tribunal de Contas do Distrito Federal e professor da Universidade do Distrito Federal. Foi ainda secretário-geral de Finanças do Distrito Federal em 1947, organizando o plano de financiamento da construção do estádio do Maracanã. Publicou livros em diferentes áreas: economia, sociologia, direito e educação.13 Tratava-se, portanto, de um teórico que tinha legitimidade nos mais diferentes campos.

Na área esportiva, publicou diversas conferências que procuravam refletir a importância dos desportos na formação de uma nação forte e viril. Após o seu afastamento do CND, em 1950, somente retornou ao esporte em 1954, como chefe da delegação brasileira que iria disputar a Copa do Mundo na Suíça. Rivadávia queria alguém que fosse de confiança e de inquestionável competência para que não repetisse os erros da Copa anterior, de 1950, realizada no Brasil.

Neste evento, a seleção nacional perdeu a última partida por 2 gols a 1 para os uruguaios, quando bastava o empate para ser campeã. A tristeza dos brasileiros não foi sanada rapidamente. Durou dias, meses, anos. Para alguns, durou toda uma vida. Tal tragédia nacional ficou conhecida como Maracanazo.

Assim, em 1954, atendendo ao pedido do amigo, Lyra Filho foi à Suíça. O resultado foi uma nova derrota da seleção brasileira, agora para o scratch húngaro de Puskás, Kocsis, Bozsik, Hidegkuti e Czibor. As críticas foram direcionadas não somente aos jogadores e ao técnico, mas também aos dirigentes e à própria CBD. Como resposta, Lyra Filho escreveu Taça do Mundo, 1954.

Nesta época, se o presidente oficial da CBD continuava sendo Rivadávia, que estava no poder da instituição desde o Estado Novo, se o presidente da República era o mesmo do Estado Novo, o contexto era totalmente diferente. O Governo Vargas estava sofrendo críticas de diferentes setores da sociedade civil. Da mesma forma, o poder de Rivadávia Corrêa Meyer na CBD enfrentava uma ampla oposição de setores descontentes. O tom do texto de Lyra Filho era de defesa de uma equipe fracassada, de um grupo de dirigentes esportivos que estava sendo contestados e também de uma visão de “nação” e de “povo brasileiro” que estava perdendo seu poder de convencimento.

Lembremos a partida contra os húngaros em 1954, também conhecida como a “Batalha de Berna”. Os brasileiros perderam por 4 a 2 e, após o fim do jogo, atletas e dirigentes brasileiros e húngaros iniciaram uma briga de grandes proporções. Maurinho cuspiu no rosto de Lantos, o jornalista Paulo Planet Buarque derrubou com uma rasteira um guarda suíço, Pinheiro foi atingido na cabeça por uma garrafa, o técnico Zezé Moreira agrediu com uma chuteira o ministro dos esportes húngaro Gusztáv Sebes. Nos vestiários, a confusão se estendeu para os dirigentes de ambas as equipes. A polícia suíça teve que intervir para acabar com a pancadaria.

João Filho era o chefe da delegação brasileira. Não participou da briga, mas era o dirigente de maior responsabilidade. A imprensa, como sempre, buscou uma razão, um culpado para a derrota. O próprio Lyra Filho elencou as principais acusações: a) o sistema imposto pelo técnico; b) o erro do técnico na convocação dos jogadores; c) a falta de disciplinas; d) a arbitragem tendenciosa; e) o estado chuvoso do campo; f) a precariedade das traves das chuteiras dos jogadores brasileiros; g) o isolamento a que os jogadores foram submetidos; h) o longo período de treinamento e reclusão; i) a falta de preparo psicológico; j) a falta de experiência internacional; k) a descaracterização dos jogadores brasileiros; l) o excesso de patriotismo dos dirigentes.15

Porém, inesperadamente, Lyra Filho disse que não foi nenhum desses motivos a causa fundamental da derrota na Suíça. As razões não deveriam ser buscadas numa causa específica: o jogador, o técnico, o juiz ou o dirigente. As razões eram encontradas no próprio povo. O estado psicossocial do povo imaturo e os atletas saídos deste meio não tinham condições nem instrumentos de superação frente provas desportivas que exigiam maiores recursos. Daí se explicava o comportamento dos atletas brasileiros nos primeiros minutos da partida contra os húngaros. Nas palavras do dirigente: “Devemos ser sinceros. Nervosos, naquele dia, estávamos todos nós, dentro e fora do país”. Toda a opinião desportiva, imprensa e torcida, se encontrava nervosa muito antes do jogo com a simples leitura do noticiário vindo da Europa sobre a seleção húngara. Obviamente, os jogadores brasileiros, exatamente os mais expostos, e em terra estranha, também estavam.16

Mas,por que somente os tiveram esta instabilidade nervosa, e os húngaros não? Para Lyra Filho, raros eram os brasileiros que sabiam ler e escrever corretamente. Quantas vezes, ao ouvir o técnico expor aos seus jogadores a tática do jogo, as operações em campo, os deslocamentos, as coberturas, os recursos de defesa e de ataque, o dirigente teve que admitir o esforço vão dos seus ensinamentos e das suas advertências. Já, o selecionado húngaro possuía outra formação. Lá haviam homens de cultura superior e de posição intelectual definida em confronto com o nível mental dos rapazes brasileiros. Da mesma forma, Lyra Filho explicava a briga ocorrida após o final do jogo. Era resultado do poder de imaginação dos brasileiros, sempre maior que sua capacidade de raciocínio e de disciplina, forçando-os às ações guiadas pelos instintos, com impactos muitas vezes irreparáveis.17

Educação dos próprios instintos e disciplinamento do poder da imaginação, tais características estavam presentes tanto nos textos escritos durante o Estado Novo quanto no de 1954. Contudo, o tom era diferente. Os textos de outrora tinhas uma conotação propositiva, repleto de esperanças em relação às metas traçadas.18 Já o de 1954 estava pleno de frustração pelos objetivos não conquistados.

Porém, independente da época, era o disciplinamento da raça brasileira o aspecto mais importante do discurso oficial. Somente através do seu disciplinamento, através da educação e do controle do próprio e do cultivo da cultura, seria possível ao povo brasileiro atingir uma situação de protagonista mundial. Somente quando o povo adquirisse tais características era que os atletas, como um espelho da nação, teriam condições de serem vencedores na grande vitrina dos povos, que era a Copa do Mundo.

Mas, mudanças estavam por vir, tanto no campo esportivo quanto no campo político

(Continua….)

Notas

1 O atual texto está dividido em três partes e é baseado no terceiro capítulo do livro do mesmo autor, intitulado Pra frente Brasil! Ver: SOUZA, Denaldo Alchorne de. Pra frente, Brasil! Do Maracanazo aos mitos de Pelé e Garrincha, a dialética da ordem e da desordem (1950-1983). São Paulo: Intermeios, 2018, p. 87-110.

2 Última Hora, Rio de Janeiro, 25 jun. 1958, p. 13.

3 Última Hora, Rio de Janeiro, 3 jul. 1958, p. 1.

4 CASTRO, Ruy. Estrela Solitária. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 184.

5 Segundo Eric Hobsbawm, “a imaginária comunidade de milhões parece mais real na forma de um time de onze pessoas com nome. O indivíduo, mesmo aquele que apenas torce, torna-se o próprio símbolo de sua nação”. Ver: HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1780. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p. 171.

6 BOURDIEU, Pierre. Como é possível ser esportivo? In: BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983, p. 137.

7 Ao utilizar o conceito de campo algumas interpretações devem ser evitadas. Em primeiro lugar, pode-se entender campo como um universo de exceção. Neste caso, estuda-se o mundo artístico ou esportivo ignorando os interesses e estratégias política e econômica dos agentes sociais. Em segundo, pode-se fazer o oposto: reduzir as lutas travadas no interior do campo às questões políticas e econômicas da sociedade. Aqui o artista ou esportista é associado de forma automática a um partido político ou uma classe social. Para Bourdieu, essas duas formas de interpretação são reducionistas. Ver: BOURDIEU, Pierre. Programa para uma sociologia do esporte. In: BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990, p. 209-213.

8 Ver: SOUZA, Denaldo Alchorne de. O Brasil entra em campo: construções e reconstruções da identidade nacional (1930-1947). São Paulo: Annablume, 2008, p. 51-57. No grupo que fazia oposição ao de Luiz Aranha se destacava a figura de Arnaldo Guinle, presidente do Fluminense FC.

9 O Decreto-lei nº 3.199 caracterizava as instituições desportivas como entidades patrióticas.

10 Das entidades esportivas de caráter nacional, a única que não era controlada por este grupo era o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). O COB mantinha na sua liderança os mesmos nomes que protagonizaram os conflitos esportivos na década de 1930 e que, de certa forma, foram derrotados: Arnaldo Guinle, José Ferreira dos Santos e Antônio Prado Jr.

11 Uma das poucas mudanças da época foi a criação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva em 1946.

12 Se, em 1943, o vice-presidente de Rivadávia na CBD era o tricolor Luís Galotti, em 1950, seu vice era Mário Pollo, outro tricolor pertencente ao mesmo grupo político.

13 Alguns exemplos de textos daquela época de João Lyra Filho: Intervenção do Estado na ordem econômica (1928); A economia do pobre e a reserva do rico (1937); Problemas da classe média (1942); Raça, educação e desportos (1942); Disciplina das operações de penhores (1942); Proteção do Estado aos desportos (1944); A mulher e os desportos (1944); Sinais da sociologia desportiva (1944); A explicação dos desportos no Brasil (1944); Habitação popular (1944); Desporto e educação social (1944); Origens, meios e fins das Caixas Econômicas (1949); Introdução ao Direito Desportivo (1952).

14 Ver: SOUZA, Denaldo Alchorne de. Pra frente, Brasil!, op. cit., p. 23-51.

15 LYRA FILHO, João. Taça do Mundo, 1954. Rio de Janeiro: Pongetti, 1954, p. 44.

16 Idem, p. 53-56.

17 Segundo Lyra Filho: “As reações do poder da imaginação, desprovido do compasso da inteligência cultivada e desabastecido da ação reguladora do sistema nervoso, ainda mais notadas nas manifestações individuais e sociais das camadas primárias da nossa comunidade, forçam as descargas dos instintos e muitas vezes provocam impactos de efeitos irremediáveis. […] A tal prática não esteve ausente no nosso selecionado, ante o campeonato do mundo, e as causas orgânicas e funcionais que a determinam não foram estranhas aos acontecimentos de que alguns brasileiros participaram logo após o encerramento do jogo contra os húngaros”. Idem, p. 146.

18 Ver: LYRA FILHO, João. A função social dos desportos. Rio de Janeiro: 1941, Mimeografado.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Denaldo Alchorne de Souza

Denaldo Alchorne de Souza fez pós-doutorado em História pela USP, doutorado em História pela PUC-SP e mestrado, especialização e graduação em História pela UFF. É autor dos livros Pra Frente, Brasil! Do Maracanazo aos mitos de Pelé e Garrincha, 1950-1983 (Ed. Intermeios, 2018) e O Brasil Entra em Campo! Construções e reconstruções da identidade nacional, 1930-1947 (Ed. Annablume, 2008), além de diversos artigos publicados em revistas, jornais e sites. Atualmente é pesquisador do LUDENS/USP e Professor Titular do Instituto Federal Fluminense, onde leciona disciplinas na Graduação em História.

Como citar

SOUZA, Denaldo Alchorne de. “A Taça do Mundo É Nossa!” Campo político e campo esportivo: década de 1950 (1ª parte). Ludopédio, São Paulo, v. 179, n. 7, 2024.
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