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Baltazar, “Artilheiro de Deus”

O pioneirismo dos “atletas de cristo”, o grupo amplamente difundido no meio futebolístico atual, pode ser representado na figura do atacante Baltazar Maria de Morais Júnior, que fez história no Grêmio e até fora do Brasil, no Atlético de Madrid. Por conta de sua fé ele ficou conhecido como “Artilheiro de Deus”.

Baltazar iniciou sua carreira no Atlético Goianiense, porém, em 1979, aos 20 anos de idade foi para Porto Alegre para vestir a camisa do Grêmio e marcar seu nome como ídolo tricolor. No período entre 1979-82 viveu sua melhor fase quando foi artilheiro por dois anos seguidos do Campeonato Gaúcho de 1980 (28 gols) e 1981 (20 gols).

Em meio a tantos gols com a camisa azul, aconteciam os agradecimentos aos céus e palavras de sua fé cristã nas entrevistas. Por conta disso, ele ganhou o apelido de “Artilheiro de Deus”.

Baltazar
Foto: reprodução/CBF

A nova alcunha fez sucesso pelos gols decisivos, o mais importante deles veio no ano de 1981, durante a final do Campeonato Brasileiro, contra o São Paulo, em pleno Morumbi. Após a ajeitada de cabeça de Renato Sá, o goleador divino mostrou toda sua técnica ao matar a bola no peito e acertar um chute no ângulo do goleiro Waldir Peres. Assim o tricolor gaúcho conquistava seu primeiro título no Brasileirão.

Após a brilhante passagem pelo Grêmio, o “Artilheiro de Deus” ainda jogou por Palmeiras e Flamengo. No rubro-negro carioca, foi titular na campanha que levou ao tricampeonato do time comandado por Zico, Leandro, Adílio e Júnior, e ainda por cima marcou um gol na final do primeiro jogo contra o Santos, na derrota por 2 a 1.

Depois de ser goleador nos times brasileiros, Baltazar foi para a Espanha. No Celta de Vigo foi artilheiro de La Liga com 34 gols. Porém, sua fama seria maior no Atlético de Madrid, na temporada 1988/89 quando marcou 35 gols e venceu o troféu Pichichi, prêmio entregue aos artilheiros do futebol espanhol. Até hoje é lembrado como um dos grandes atacantes do time colchonero.

Baltazar encerraria sua carreira em 1996, jogando pelo Kyoto, no Japão. Atualmente mora em Goiânia, é empresário de jogadores de futebol além de pastor e presidente da “Missão Atletas de Cristo do Brasil”.

Desde muito cedo, Baltazar é presbiteriano e sempre falou de como a vontade divina o ajudava dentro de campo. “Quando não faço gols, é porque Deus não quis. Quando marco, é porque estava em seus planos”, relatava aos repórteres na época. 

Baltazar foi um dos primeiros craques brasileiros a conseguir juntar sua fé cristã com as bolas nas redes de maneira eficiente.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Pedro Henrique Andrade Dias

Estudante de jornalismo, cinéfilo e amante de esportes

Como citar

DIAS, Pedro Henrique Andrade. Baltazar, “Artilheiro de Deus”. Ludopédio, São Paulo, v. 154, n. 4, 2022.
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