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Clubes e agremiações varzeanas: pontos nodais (parte 1)

Este texto integra a série especial Santa Marina, o circuito varzeano de SP e a preservação dos clubes esportivos populares, publicada na coluna Em defesa da várzea do portal Ludopédio. O principal objetivo é colocar em debate a urgência de garantir a reprodução e continuidade das práticas populares esportivas e culturais nas cidades brasileiras. Os textos, que serão publicados quinzenalmente ao longo de 2023 e 2024, apresentarão as atividades, etapas, metodologias, resultados e principais reflexões do “Mapeamento do Futebol Varzeano em São Paulo”, realizado em 2021, sob encomenda do Núcleo de Identificação e Tombamento (NIT) do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura do Município de São Paulo, a fim de reunir subsídios para identificar práticas culturais relacionadas ao futebol de várzea e para analisar processos administrativos de proteção do patrimônio cultural. Além disso, diante de um contexto marcado por reiteradas ameaças aos espaços urbanos onde se pratica o futebol popular, esta série busca colocar em discussão o caso do Santa Marina Atlético Clube (SMAC), clube amador centenário cujo espaço de atuação vem sendo ameaçado por um pedido de reintegração de posse pela multinacional Saint-Gobain.

 


Este texto tem como objetivo apresentar os clubes e agremiações varzeanas que foram selecionadas como pontos nodais do estudo abordado ao longo desta série publicada pelo Ludopédio. Os campos e outros equipamentos serão abordados no próximo texto, o último de 2023, que será publicado no dia 22 de dezembro. 

Cumpre enfatizar que as justificativas apresentadas especificamente a cada ponto nodal constituem um espectro amplo que concerne aos procedimentos e aportes que culminaram na pesquisa. Trata-se de um arcabouço diverso de bens, práticas, processos significativos e referências culturais, vinculando suas dimensões material e imateriais, conforme tratado no texto anterior.  Tal arcabouço será desenvolvido ao longo de outros textos da série, quando forem abordados os principais eixos temáticos, entrecruzando então as dinâmicas e os exemplos relativos aos pontos nodais. Por ora, apresentamos uma síntese destes pontos. 

1) Santa Marina Atlético Clube

O Santa Marina Atlético Clube (SMAC) é um clube amador localizado na Avenida Santa Marina, no bairro da Água Branca, zona oeste da cidade de São Paulo. Trata-se de uma região que, ao longo do século XX, foi ocupada por inúmeras fábricas e que preserva parte da arquitetura industrial que acompanhou o processo de urbanização da metrópole paulistana.

O início das atividades esportivas ocorreu em 1909, quando os operários da antiga Companhia Vidraria Santa Marina se reuniram para jogar futebol, porém sua fundação foi registrada oficialmente em 15 de agosto de 1913. O clube, o mais antigo em atividade no futebol varzeano da cidade de São Paulo reuniu, durante muito tempo, as famílias de operários da extinta fábrica de vidros Santa Marina, quando o campo de futebol, as moradias dos trabalhadores e a fábrica coexistiam no mesmo endereço do bairro da Água Branca.

Em 1949, o clube ocupou o terreno que pertencia à Vidraria Santa Marina, seguindo assim um padrão comum do processo de industrialização e urbanização observado na cidade, integrando os espaços de trabalho, moradia e lazer dos operários em um único espaço. Contudo, as vilas de operários – “velha” e “nova” – foram desativadas ao longo da década de 1970 e substituídas por novas construções, como o prédio de escritórios da empresa francesa Saint-Gobain (SGB). As famílias de operários que residiam no local foram indenizadas para que deixassem a vila e acabaram se dispersando para outras regiões da cidade, principalmente para bairros localizados do outro lado da Marginal Tietê, como a Freguesia do Ó, mas também para cidades do interior de São Paulo.

Atualmente, o SMAC serve como força de atração para os agentes sociais que possuem ligação com o território e com a sociabilidade que ali ocorre entre diferentes gerações (futebol de campo, futsal, confraternizações e festas sociais beneficentes). Ainda que o futebol e o futsal sejam as práticas esportivas mais reconhecidas do clube, o clube Santa Marina também se dedicou a outras modalidades ao longo de sua história, com destaque para o basquete e o ciclismo até as décadas de 1920 e 1930. Ademais, o boxe foi uma importante modalidade do clube até a década de 1960, com muitos lutadores moradores das casas operárias formados nos ringues para treinamento e equipamentos para halterofilismo do Santa Marina. 

Uma longa e diversificada trajetória que está documentada e preservada em uma coleção robusta de memorabília histórica sobre o esporte, a cidade, o lazer e o trabalho. Vale ressaltar que em 2019 o clube Santa Marina foi incluído pelo Departamento do Patrimônio Histórico (SMC/DPH) no portal Geosampa como resultado do Inventário Memória Paulistana, projeto que buscava reconhecer e proteger narrativas constituidoras de referências culturais da identidade e memória dos diferentes grupos sociais da cidade, instalando pequenas placas sobre a história do local.

A atuação de diversas pessoas, engajadas na manutenção das atividades sociais e esportivas, bem como na preservação do patrimônio cultural de um clube cuja história está relacionada ao futebol de várzea e aos espaços de lazer da cidade, tem sido fundamental frente à pressão que o Santa Marina tem sofrido para desocupar o espaço que ocupa há quase oito décadas.

Observador privilegiado das transformações urbanas que acompanham o processo especulação dos terrenos de uma região relativamente central, que atrai diversos empreendimentos imobiliários, o Santa Marina vem resistindo, apesar das dificuldades, à ação de reintegração de posse do atual proprietário do terreno, a multinacional francesa Saint-Gobain, que incorporou a Vidraria Santa Marina em 1960. 

Frente a esse contexto de luta, já explorado parcialmente no primeiro texto desta série, foi realizada uma breve pesquisa etnográfica que, dentro de uma perspectiva ampliada de mapeamento do futebol varzeano na cidade de São Paulo, levantou dados e subsídios para o reconhecimento do valor histórico e cultural deste clube fundamental para a discussão sobre o futebol de várzea como patrimônio, contribuindo assim para as ações do órgão de preservação municipal acerca das práticas e equipamentos esportivos da cidade. Os resultados dessa etnografia serão apresentados ao longo desta série.

2) Pioneer Football Club

O Pioneer Football Club é um exemplo de clube de futebol amador, pertencente ao circuito do futebol varzeano, capaz de coexistir em paralelo ao sistema profissional de maneira independente das federações de futebol do estado e, ao mesmo tempo, ser responsável por organizar uma rede de sustentabilidade de atividades que envolvem pequenos, médios e grandes patrocinadores, bem como uma lista vasta de pessoas físicas e jurídicas envolvidas 

O Pioneer Football Club é um time de várzea cuja sede localiza-se na Vila Guacuri, Zona Sul da cidade de São Paulo, fundado em de 5 de junho de 1981. A equipe da região do bairro da Pedreira, na divisa com Diadema, ostenta títulos locais, como os da Copa Taboão, da Copa Guacuri e o vice-campeonato do torneio de São Bernardo do Campo, tendo chegado a finais de torneios também com as equipes de mulheres. Após três gerações de diferentes presidentes, o Pioneer passou a ocupar um lugar de destaque no circuito do futebol de várzea paulistano na última década, quando passa a ter como destaque em sua galeria de títulos a taça de campeão da Copa Kaiser São Paulo e da Copa Kaiser Brasil, ambas conquistadas em 2010.

Esse período prestigioso da equipe da zona sul está relacionado à atuação de Sérgio Ricardo da Silva como integrante da terceira geração da diretoria do Pioneer. Morador do bairro, torcedor e ex-técnico da equipe, Sergio define a sua gestão como “modernizadora”, de “estrutura”, de “comportamento” e de “organização”, pontos que defendeu como fundamentais para o sucesso de um time de futebol de várzea. Como parte dessa gestão definida como “moderna”, a logomarca do time foi refeita, assim como o desenho dos uniformes e um vasto projeto de investimento e articulação com novos parceiros de dentro e de fora do universo do futebol amador. 

A trajetória de sucesso da equipe atrelada a um evidente período de investimento de recursos financeiros e humanos, destacam a equipe do Pioneer como um exemplo do que os/as varzeanos/as chamam de a “várzea profissional”. A estrutura do time ainda se encontra relativamente distante dos conhecidos clubes profissionais da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, mas aos poucos, o clube da Vila Guacuri passou a acumular destaques relevantes em números e projeções midiáticas que deixam alguns clubes tradicionais em alerta. Assim, trata-se de uma referência, o que justifica sua inserção como ponto nodal da pesquisa apresentada nesta coluna. 

Varzeanos e varzeanas apontam o surgimento da Super Copa Pioneer, em 2016, como um novo marco na história do futebol de várzea de São Paulo. Organizado pelo Pioneer Football Club como ação comemorativa do seu aniversário de 35 anos, o torneio tem forte inspiração estética na Liga dos Campeões da Europa, principal torneio de clubes profissionais do continente europeu. Com jogos realizados no CDC Dorotéia (R. Francisco José da Costa – Parque Doroteia) e na Arena Santa Amélia (R. Albino Bento, 527 – Santa Amélia), o evento passou a atingir uma importância considerável para a cidade de São Paulo tendo na edição de 2018, por exemplo, mais espectadores que o Campeonato Carioca de futebol profissional

O clube Pioneer FC, bem como o torneio Super Copa Pioneer, são categorias relevantes para observação, bem como de novas relações de significação entre os praticantes, torcedores, dirigentes, o poder público e patrocinadores com o futebol amador da cidade de São Paulo.  Ambos representam um setor do futebol de várzea de São Paulo que passa por uma grande reestruturação e organização de campeonatos, criando uma cadeia de relevância simbólica e econômica que, apesar de sempre ter existido nesse meio, notadamente alcança nos últimos anos, cifras e visibilidades nunca antes operadas. 

Portanto, o Pioneer é um exemplo varzeano de independência e autossuficiência na promoção de suas atividades e eventos. A atuação e capilaridade do clube Pioneer FC na cidade, especialmente com a organização da Super Copa Pioneer, serão aprofundadas em outros textos da série, quando serão abordados os campeonatos e torneios varzeanos.

Pioneer
Sergio Ricardo e representantes do Pioneer durante a Copa Kaiser de 2011. Fonte: Acervo Museu do Futebol
Negritude
Equipe de futebol de salão do Negritude FC vestindo um dos seus primeiros uniformes na década de 1980. Fonte: Acervo Museu do Futebol

 

3) Negritude Futebol Clube

Negritude Futebol Clube é um time de várzea fundado em 10 de outubro de 1980 na região de Arthur Alvim, zona Leste de São Paulo, em meio ao contexto de inauguração de um dos primeiros grandes conjuntos habitacionais da cidade, a COHAB1, que reunia, à época, cerca de 75 mil novos habitantes. Como todo time de futebol que se preze, sua fundação se forjou a partir da elaboração e escolha de um nome de identidade coletivizada, assim como na definição e consenso das cores e símbolos que a equipe carregaria para os prélios futuros. Dentro de um esforço de elaborar a imagem de um país que se modernizava e sustentava um ideário de democracia racial, um grupo de jovens adolescentes tornava público o desejo de constituíreme uma equipe vestida da identidade da luta negra, como denúncia do mito da democracia racial, baseada na perspectiva de enfrentamento dos grupos afro estadunidenses. 

De cores preta, branca e cinza, o fardamento do Negritude FC, já em 1980, passou a carregar no peito o brasão de um homem negro de cabelo black power, desenho e estética amplamente difundidos entre os moradores das COHABs e torcedores da equipe na época. Sob alegação das entidades esportivas responsáveis de que o nome original [Negritude FC] poderia ocasionar “problemas raciais” (ou racismo inverso como é comumente difundido), o time foi obrigado a adotar o nome de Alvinegro  Futebol  Clube. Somente em 1982, na espreita do encerramento da ditadura militar no Brasil (1964–1985), a Secretária Municipal  de  Esportes,  Lazer  e Recreação  da  cidade  de  São  Paulo (SEME) e a  Federação Paulista de Futebol (FPF) finalmente permitiram o registro e a participação da  equipe em campeonatos de maior expressão com o nome original. 

O clube ganhou notoriedade no cenário do futebol amador,  levou o nome da COHAB 1e a identidade negra de seus fundadores para os campeonatos vigentese, em pouco tempo, para as emissoras de televisão, quando passou a disputar, ainda na década de 1980, o Desafio ao Galo – maior torneio varzeano da época com transmissão pela Rede Record de Televisão nas manhãs dos domingos.

A história do Negritude FC ajuda a compreender o processo de ocupação de terrenos públicos da cidade de São Paulo e as negociações que envolvem a atuação e compromissos das agremiações esportivas nesses locais. A conquista do espaço de lazer, Clube Desportivo da Comunidade Alvorada, hoje conhecido como CDC Alvorada, no bairro de Artur Alvim, é fruto do associativismo de um coletivo negro atuante desde a década de 1980. O Negritude FC, que divide as responsabilidades de atuação no campo junto a outras entidades esportivas, assumiu por algumas gestões a administração do CDC Alvorada e do projeto Clube Escola, em que desenvolve um projeto de escolinha de futebol.

Com um amplo protagonismo até os dias atuais, o Negritude FC manteve a sua atuação em meio ao bairro. Na ausência de atuação do poder público, principalmente no filtro e atenção das necessidades locais, o  time de futebol amador do Negritude FC se faz atuante e propositivo em Arthur Alvim e na zona leste. Em sua trajetória, a equipe permaneceu responsável e participativa nas lutas e projetos que visam a melhoria da praça esportiva ocupada pelos campos e pela população moradora da COHAB 1. Cabe destacar, dentro desse amplo conjunto de ações no âmbito do lazer esportivo da cidade de São Paulo, a organização da Copa Negritude de Futebol Amador, um dos mais conhecidos campeonatos da cidade e que será abordado de forma mais detida em outro desta série.

Além disso, a sede própria – que dispõe de um salão de baile, vestiários, cozinha, lanchonete e memorial de troféus – representa um espaço de resistência que perpetua o resultado das lutas do grupo, dentro e fora de campo. A agremiação, além de realizar churrascos e festas no salão, acolhe bailes de samba rock e rodas de samba abertos a diferentes públicos. A atuação do Negritude FC, seja no passado como no presente, desvela relações de pertencimento, formas de articulação comunitária, memórias e todo um conjunto complexo de relações sociais, elementos importantes para compreender como o fenômeno do associativismo continua a resistir nas áreas periféricas da cidade de São Paulo. 

4) Grêmio Botafogo de Guaianases

O Grêmio Botafogo de Guaianases é uma agremiação popular que, além de ter em um longo histórico de atuação em um bairro cujas narrativas varzeanas remontam às primeiras décadas do século XX, se tornou uma referência dentro do futebol amador da zona leste paulistana. Fundado pelo carioca Admardo Armond em 5 de abril de 1955, período frutífero de criação de agremiações e associações esportivas na região, o Grêmio Botafogo conseguiu se manter ativo no cenário varzeano paulistano, com participações assíduas nos principais campeonatos amadores da cidade, com o projeto social esportivo desenvolvido na Escolinha de Futebol Comunitário, parcerias com clubes do futebol profissional e diversos títulos recentes que ajudaram a renovar as gerações de botafoguenses na região.

Em 2023, o Botafogo completou 68 anos, sem nunca ter interrompido suas atividades, ainda que em outras épocas já tenha ficado períodos sem ter um campo de futebol ou uma sede social. O clube tem um longo histórico de apropriação de espaços urbanos desde sua fundação, articulando múltiplas negociações com diferentes atores citadinos para a conquista, construção e manutenção de um campo para a prática do futebol varzeano. Atualmente, a agremiação apresenta uma estrutura semelhante à de muitos clubes tradicionais do universo varzeano. Além da sede social, o Botafogo disputa suas partidas e campeonatos em um campo instalado ao lado da Av. José Pinheiro Borges, também conhecida como Nova Radial, prolongamento da Radial Leste. 

O Botafogo de Guaianases apresenta, atualmente, diversos quadros esportivos (esporte, segundinho, veteranos, máster e aspirantes, categorias de base), contemplando diferentes gerações, participando de forma assídua dos principais eventos e campeonatos varzeanos do município de São Paulo. Vale destacar que essa configuração do Botafogo, dilatada em várias equipes, não é incomum na várzea, mas também não pode ser considerada rotineira. Vários clubes da Zona Leste também têm essa atuação ampliada, porém a maioria dos clubes mantém um ou dois quadros. Alguns, que não conseguem formar nenhum dos quadros completos, montam equipes mistas, envolvendo jovens e veteranos. Outros clubes tradicionais de Guaianases, como o Paulistano, atualmente só contam com equipes de veteranos; e outros clubes mais recentes dispõem apenas do “esporte”. Esse conjunto de fatores demarca a relevância do Botafogo como ponto nodal do mapeamento do futebol de várzea paulistana. 

No que concerne à organização financeira, para pagar as equipes de arbitragem, confecção e lavagem de fardamentos, manutenção do campo de futebol, professores da escolinha, jogadores do “esporte”, entre outras despesas, a diretoria do Botafogo de Guaianases negocia patrocínios com empresas e comerciantes locais. Além disso, o Botafogo também arrecada com as inscrições dos torneios e festivais que realiza e com a comercialização de bebidas e alimentos na barraca de churrasquinho montada pelo clube ao lado do campo de futebol. 

As logomarcas de todos os patrocinadores estampam o fardamento do Botafogo, que ostenta as cores alvinegras do Botafogo de Futebol e Regatas, clube profissional carioca. Ao contrário de muitos clubes que têm investido em uniformes mais elaborados, ricos em detalhes, cores chamativas e desenhos de mascotes, o Botafogo não foge à tradicional camisa listrada preto e branca, ou ao segundo uniforme todo branco. Novos uniformes são encomendados pela diretoria conforme a demanda de competições e de vendas da loja ENE Calçados, próxima à sede social e único espaço onde as camisas são comercializadas. Outras linhas de camisas do clube são lançadas nos períodos de comemoração ao aniversário da agremiação, mas são separadas dos uniformes de jogo e vendidas como “camisas da diretoria” ou “camisas da torcida”. 

Toda essa estrutura – campo, equipes, campeonatos, fardamentos – é resultado de um longo e intenso processo de mobilização coletiva que continua com a construção da sede (em andamento), onde são realizadas reuniões e festividades, além de abrigar um acervo que marca temporalmente mais de seis décadas de atuação em Guaianases. A identificação com o bairro revela a consolidação de um espaço de pertencimento comunitário que se tornou referência para as práticas esportivas, culturais e formas de sociabilidade em uma região periférica por meio de projetos e eventos que serão abordados nos próximos textos da série. 

*****

A história e contemporaneidade dos clubes tratados neste texto expressam, dentre diversas especificidades, um intenso vínculo com o bairro, por meio do associativismo e das sociabilidades cotidianas. Tal expansão, que transcende os arranjos dos times/clubes em si, para envolver um conjunto de pessoas, grupos sociais, mobilidades e trajetórias, numa dimensão regional, será aprofundada no próximo texto da série, no qual iremos destacar pontos-nodais onde não há o protagonismo de um time/clube em específico, mas que que foram inseridos na pesquisa por serem espaços de conexão e encontro do circuito varzeano, envolvendo diversos clubes, agremiações e eventos. 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ludopédio.
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Aira F. Bonfim

Mestre em História pela FGV com pesquisas dedicadas à história social do futebol praticado pelas brasileiras da introdução à proibição (1915-1941). É produtora, artista-educadora e por 7 anos esteve como técnica pesquisadora do Museu do Futebol. O futebol de várzea, os  debate sobre patrimônios e mais recentemente o boxe e o circo, são alguns temas em constante flerte... 

Alberto Luiz dos Santos

Doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). Membro da Rede Paulista de Educação Patrimonial (REPEP) e do Grupo de Pesquisa Patrimônio, Espaço e Memória, vinculado ao Labur/FFLCH/USP (CNPq). Possui produção acadêmica voltada às área de Geografia Urbana e Patrimônio Cultural, desde 2012, com enfoque nas referências culturais vinculadas ao futebol de várzea, após 2016. 

Enrico Spaggiari

Mestre e doutor em Antropologia Social pela USP.Fundador e editor do Ludopédio.

Como citar

BONFIM, Aira F.; SANTOS, Alberto Luiz dos; SPAGGIARI, Enrico. Clubes e agremiações varzeanas: pontos nodais (parte 1). Ludopédio, São Paulo, v. 174, n. 8, 2023.
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