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Futebol, disputas sexuais e o orgulho LGBTQI+

Maurício Rodrigues Pinto 27 de junho de 2020

Assim como acontece com outros aspectos do comportamento humano, as formas institucionais concretas da sexualidade em determinado tempo e lugar são produto da atividade humana. Elas são permeadas de conflitos de interesse e manobras políticas, tanto deliberadas quanto incidentais. Nesse sentido, o sexo é sempre político. Mas há também períodos históricos em que as discussões sobre a sexualidade são mais claramente controvertidas e mais abertamente politizadas. (RUBIN, 2018, pp. 63-64)

No dia 16 de junho deste ano, fui uma das pessoas convidadas a participar do debate online “Democracia em campo: Futebol, política e diferença no Brasil contemporâneo”, organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Etnografias Urbanas da Universidade Federal da Paraíba (Guetu-UFPB)1, tendo como desafio pensar o futebol como um espaço de atuação política. Enquanto pesquisador das relações de gênero e sexualidade no esporte e principalmente no futebol, fui instigado por algumas das reflexões presentes no excelente ensaio da antropóloga Gayle Rubin (2018), intitulado “Pensando o sexo: notas para uma teoria radical da política da sexualidade”, e me vi provocado a pensar sobre as disputas políticas em torno do sexo que ocorreram e ocorrem no meio futebolístico brasileiro.

Em um contexto em que se tem debatido de forma mais acalorada as relações entre o futebol e a política, sobretudo no que diz respeito a posicionamentos em defesa da democracia e do enfrentamento ao racismo, é oportuno também relembrar que por muito tempo se tomou como natural a ideia de que o futebol no Brasil era um jogo pra “machos” – sendo praticado e tendo como interlocutor privilegiado o homem cisgênero e heterossexual.

Hoje já não é mais possível pensar o futebol – ou os futebóis, valendo-me da definição do antropólogo Arlei Sander Damo (2008) – sem considerar a resistência histórica de mulheres (PISANI, 2018; SILVA, 2015, BONFIM, 2019; MORAES, 2019) e as apropriações do futebol por pessoas LGBTQI+2 em diferentes períodos históricos (ANJOS, 2018; PINTO, 2017). É importante destacar que, entre atletas do futebol espetacularizado, são as mulheres que têm politizado esse debate no esporte, tendo a Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019, na França, se convertido em uma das principais plataformas para que atletas emitissem seus posicionamentos políticos denunciando a desigualdade de gênero no esporte, se colocando como porta-vozes do orgulho LGBTQI+ e falando abertamente sobre suas sexualidades, seus afetos e de suas subjetividades como mulheres lésbicas ou bissexuais (COPA… 2019; PIRES, 2019).

Além disso, é importante considerar que no dia 28 de junho é celebrado o dia do Orgulho LGBTQI+, data que faz referência aos protestos que ocorreram no bar Stonewall Inn, em Nova York (EUA), frequentado por travestis, transexuais, lésbicas, gays e bissexuais. O levante que teve início em 28 de junho de 1969 e durou dois dias foi uma resposta às constantes batidas policiais que aconteciam naquele local e à violência policial contra a população LGBTQI+. No ano seguinte, em 01 de julho de 1970, era realizada a primeira Parada do Orgulho LGBT, na cidade de Nova York, evento que se tornou um marco internacional e que atualmente ocorre em diversas cidades do planeta (NUNES, PÓRTERO, 2019). A cidade de São Paulo recebe aquela que é reconhecida como a maior Parada do Orgulho LGBTQI+ do planeta, que já chegou a reunir mais de três milhões de pessoas que ocupam a avenida Paulista, um dos logradouros mais conhecidos da capital paulistana e local também reconhecido por ser palco das principais manifestações políticas que ocorrem na cidade.

Parada LGBTQI+ na Avenida Paulista (SP). Fonte: Wikipédia

Pensando na convergência desses fatores, acredito ser importante trazer para este texto algumas reflexões sobre disputas sexuais que se dão no futebol brasileiro e, mais especificamente, no que se refere às apropriações do futebol por pessoas e grupos ligados a movimentos LGBTQI+, apropriações essas que marcam minha própria trajetória como pesquisador.

O meu interesse pelo tema surgiu justamente no ano de 2013, quando apareceram movimentos de torcedorxs que se apresentavam como torcidas livres e queer (Galo Queer, Bambi Tricolor, Palmeiras Livre entre outras) e construíram visibilidade principalmente através de redes sociais, em especial o Facebook. Esses movimentos surgem em meio a um período de maior efervescência política no Brasil, marcado também por protestos populares contrários à realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Além de externarem a paixão pelos times que torciam, as torcidas livres também se caracterizaram pelo posicionamento político contrário à LGBTfobia do universo futebolístico. O episódio do selinho dado pelo jogador Emerson Sheik em um amigo, em agosto de 2013, deu maior visibilidade a esses movimentos de torcedorxs, fazendo com que passassem a ser reconhecidos como interlocutores do debate sobre a dificuldade da inclusão de pessoas LGBTQI+ em diferentes esferas do futebol brasileiro (PINTO, 2018).

No ano de 2019, esse movimento se revigora. Com a decisão do Superior Tribunal Federal (STF) em favor do enquadramento da homofobia e da transfobia como crimes análogos ao racismo, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) emitiu instrução que orientava árbitros a relatarem em súmula e até mesmo paralisarem partidas diante de gritos, cantos e manifestações LGBTfóbicas provenientes do campo de jogo ou das arquibancadas dos estádios, como aconteceu no confronto entre Vasco da Gama e São Paulo, realizado em São Januário, válido pelo Campeonato Brasileiro de 2019 (PIRES, 2019). É nesse contexto que novos movimentos de torcedorxs LGBTQI+ de diversos clubes brasileiros começam a se articular, como, por exemplo, o LGBTricolor (formado por torcedorxs do Esporte Clube Bahia), Marias de MG (Cruzeiro Esporte Clube), Vozão Pride (Ceará Sporting Club) e Fiel LGBT (Sport Club Corinthians Paulista), culminando com a constituição de um coletivo nacional de torcidas LGBTQ intitulado de Canarinhos Arco-Íris, que reúne atualmente 14 agrupamentos de torcedorxs (CARVALHO, 2020).

Mas a movimentação de torcedorxs LGBTQI+ não é um fenômeno recente. Na segunda metade da década de 1970, em plena ditadura militar, manifestações antitotalitárias em favor da redemocratização no país ganharam corpo, assim como manifestações políticas e culturais de afronta e subversão das convenções de gênero e sexualidade, que fizeram com que o ano de 1978 representasse um “marco fundamental na redemocratização do Brasil e na história do movimento LGBT. Isso porque, dentre as forças políticas que se engajaram nessas lutas democráticas, merece destaque o então chamado ‘movimento homossexual brasileiro’” (GREEN et al., 2018, p. 10).

Torcida Coligay. Fonte: Wikipédia

Um ano antes, a imprensa começava a repercutir a existência das torcidas gays que pretendiam levar o “desbunde”3 para os estádios de futebol. Destaque para a Coligay, torcida do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, que marcou presença nos estádios de 1977 até o início da década de 1980, destacando-se pela prática torcedora mais “animada”, lida como afeminada e debochada, com muitos de seus integrantes fazendo o uso de túnicas longas com as cores do tricolor gaúcho e apoiando o Grêmio durante todo o jogo e tendo os seus cantos e gritos de guerra impulsionados por uma charanga própria. Além disso, a torcida ganhou fama de “pé-quente”, já que a existência da Coligay coincide com um dos períodos mais vitoriosos da história do clube. Após um longo período de silenciamento da torcida, depois de encerradas as suas atividades, assiste-se, nos últimos anos, uma rememoração da Coligay, que passou a ser tema de pesquisas e livros que ressaltam a importância da torcida para a história do Grêmio e do futebol brasileiro (ANJOS, 2018; GERCHMANN, 2014).

 

Já em outubro de 1979, a crônica esportiva carioca dá amplo destaque à criação da FlaGay, torcida gay do Clube de Regatas do Flamengo, que encontra forte oposição principalmente da diretoria do clube. O então presidente do Flamengo, Márcio Braga, mobilizou a polícia e torcedores de outras facções do clube em uma campanha contra a Fla-Gay. O fato também repercutiu na imprensa alternativa que fazia oposição à ditadura, tal como O Pasquim e o Lampião da Esquina – este último o principal veículo da imprensa homossexual, que reunia alguns dos intelectuais que participaram do movimento homossexual brasileiro –, que fizeram críticas públicas à homofobia dos dirigentes rubro-negros por terem impedido o acesso da Fla-Gay no Maracanã (PINTO, 2018).

Relembrar esse histórico é fundamental para entender como a LGBTfobia, combinada ao machismo, se constituíram em normas do futebol brasileiro e a dificuldade de se construir um debate sobre a inclusão de pessoas LGBTQI+ no futebol brasileiro. Ainda assim, apesar das enormes dificuldades e das violências dirigidas a esta população, é importante também afirmar que tal resistência política se fez presente em diferentes momentos da história e atualmente se vê fortalecida com o crescimento de times amadores LGBTQI+, que vão ocupando diferentes espaços de jogar bola em todo o país e produzindo novos sentidos para a prática do futebol.

No debate que mencionei anteriormente, além de pesquisadorxs, havia também entre xs convidadxs integrantes de times LGBTQI+, como Isadora Manuela, jogadora do Dandara FC, de João Pessoa (PB) e Ronaldo Potiguara, liderança indígena da Aldeia Forte, além de ser jogador e presidente do Borboletas FC, time de futebol gay fundado na cidade de Baía da Traição (PB), que tem mais de 10 anos de existência. Em dado momento da sua fala, Ronaldo comentou que ainda que tenha vivido situações de preconceito e hostilidade pelo fato de ser um homem indígena, gay e apaixonado por futebol, jogar bola e fazer parte de um time como o Borboletas tem enorme importância em sua vida e na de outros homens gays como ele:

O preconceito maior comigo foi por ser indígena, ser gay e jogador de futebol, mas eu nunca baixei a cabeça por preconceito em relação a isso. E o futebol me ajudou muito, ajudou demais pra que eu chegasse na minha mãe e me declarasse. O futebol me ajudou a me assumir pra minha mãe e a me fortalecer diante a sociedade, porque o futebol tá aí pra quebrar barreiras, independente de você ser gay, branco, preto, amarelo, pardo. Com o surgimento do nosso time, outros gays da região que tinham medo de jogar futebol, começaram a jogar, porque obtiveram a confiança da própria comunidade pra nunca mais haver aquele preconceito nojento. A partir das Borboletas, nós nos assumimos para as famílias da gente e ganhamos também o respeito de toda a nossa cidade. (POTIGUARA, 2020)

Se dentro de uma perspectiva cisheteronormativa, o futebol ainda é lido como uma modalidade esportiva e prática social importante na socialização masculina, na minha experiência de pesquisa acompanhando futebolistas LGBTQI+ é potente ver como estas pessoas ressignificam o ato de jogar bola. Uma das perguntas que coloco na minha atual pesquisa de doutorado, acompanhando e estudando times de futebol formados por homens trans, é de que modo o futebol e o fazer parte de um time configuram-se como elementos importantes no processo de transição de gênero e de autoidentificação. Além disso, questiono como a existência desses times e a ocupação de espaços em que anteriormente a sua presença não seria reconhecida, tampouco considerada como possível, desestabilizam concepções normativas de masculinidade associadas aos futebóis no Brasil.

A fala de Pedro, um dos integrantes do Meninos Bons de Bola (MBB), time de futsal da cidade de São Paulo formado exclusivamente por homens trans, é muito significativa da importância que o futebol teve para a sua história, assim como para outros homens trans que passaram pelo time:

Quando eu entrei no MBB, eu tava praticamente no início da minha transição, era um período de muita expectativa mas também de muita ansiedade, onde ter um esporte, uma válvula de escape seria muito legal, então, o time veio muito a calhar.Eu cheguei no time muito tímido, mal conversava, ainda não sabia muito bem como me portar, só que ao mesmo tempo sentia aquele acolhimento e ao longo do tempo fui me abrindo mais. A gente falava sobre as nossas experiências durante a semana, como era o início da transição, a busca por hormônio, acompanhamento médico… Todos esses assuntos eram pautas dos nossos encontros de domingo. E era muito legal a gente poder confraternizar, conversar, se sentir mais à vontade, sem ter aquele medo com a questão do corpo, de estar no meio de uma quadra qualquer e ser exposto da forma como muitos são. Essa é a importância do time, de ter um time, um espaço exclusivamente de homens trans. Se a sociedade não fosse tão excludente com as pessoas trans – em todos os âmbitos da sociedade, mas também no esporte –, acho que não seria necessário, mas foi diante deste cenário que surgiu essa necessidade do time. Pra muitos meninos é mesmo uma válvula de escape chegar no domingo e tentar se posicionar um pouco e aprender mais com as experiências de outras pessoas. (VIEIRA, 2020)

É importante não ignorar que vivemos uma conjuntura política marcada pelo conservadorismo e por um projeto político no poder que tem como uma de suas bases a “ofensiva antigênero” (JUNQUEIRA, 2018, p. 451), que se caracteriza por um discurso moralizante, em defesa da “família tradicional” (a família nuclear composta por um casal heterossexual, um homem e uma mulher, e seus filhxs) e da “rebiologização da diferença sexual”, que colocam em questionamento a existência plena de sujeitos considerados dissonantes das convenções normativas de sexo-gênero-sexualidade. É muito significativo que dentre as tentativas de se reordenar a sociedade sob tais valores e moralidades em torno dos corpos, do sexo e das sexualidades, o esporte seja um dos campos considerados privilegiados para a implementação de políticas reacionárias, vide os projetos de lei que visam restringir a participação de pessoas trans no esporte, caso do PL-346/19 que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e que chegaram a ser também protocolados e debatidos na Câmara Federal (NEVES, 2019; VECCHIOLI, 2020).

Para a filósofa Judith Butler (2018), a dimensão do gênero, além de possibilitar “um ponto de partida para pensar sobre poder, atuação e resistência”, pode também representar uma chave importante para se analisar as estratégias de articulação políticas de pessoas que historicamente foram lidas como abjetas ou “ilegíveis”:

Embora o gênero não possa funcionar como paradigma para todas as formas de existência que lutam contra a construção normativa do humano, ele pode nos oferecer um ponto de partida para pensar sobre poder, atuação e resistência. Se aceitarmos que existem normas sexuais e de gênero que condicionam quem vai ser reconhecível e “legível” e quem não vai, podemos começar a ver como os “ilegíveis” podem se constituir como um grupo, desenvolvendo formas de se tornar legíveis uns para os outros, como eles são expostos a diferentes formas de viver a violência de gênero e como essa exposição comum pode se tornar a base para a resistência. (BUTLER, 2018, p.45)

“Resistir para existir” é um dos lemas do Meninos Bons de Bola e ele ajuda a entender que ser um homem ou mulher trans, uma pessoa que se identifique como LGBTQI+ em uma sociedade como a que vivemos, por si só já deve ser reconhecido como um ato político. Mas a reivindicação desses sujeitos para que sejam reconhecidos como atletas amadores ou profissionais e/ou praticantes de futebol (seja como jogadorxs ou torcedorxs) deve também ser considerada como uma ação política importante, na medida em que contribui para a desestabilização de concepções normativas acerca do que é preciso ou legítimo para ocupar campos, quadras e praças esportivas espalhadas pelo país e também amplia os sentidos possíveis de ser, existir e sentir não só no universo futebolístico, mas na sociedade como um todo.

Bibliografia:

ANJOS, Luiza Aguiar dos. De ‘são bichas, mas são nossas’ à ‘diversidade da alegria’ – uma história da torcida Coligay. Tese (doutorado) Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2018.

BONFIM, Aira. Football Feminino entre festas esportivas, circos e campos suburbanos: uma história social do futebol praticado por mulheres da introdução à proibição (1915-1941). Dissertação (Mestrado em História, Política e Bens Culturais) – Faculdade Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2019.

BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

CARVALHO, André. “Unidas por visibilidade, torcidas LGBT buscam impulso com protestos”. In Folha de S. Paulo, 18 de jun. 2020. Acesso em 22/06/2020.

Copa feminina representa vitória para comunidade LGTB”. In Estado de Minas, 08/07/2019. Acesso em 21/06/2020.

DAMO, Arlei Sander. Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Aderaldo & Rithschild Ed., Anpocs, 2007.

GREEN, James N.; QUINALHA, Renan; CAETANO, Marcio; FERNANDES, Marisa. História do movimento LGBT no Brasil. São Paulo: Alameda, 2018.

JUNQUEIRA, Rogério Diniz. A invenção da “ideologia de gênero”: a emergência de um cenário político-discursivo e a elaboração de uma retórica reacionária antigênero. Revista Psicologia Política, vol. 18, nº 43, pp. 449-502, set – dez. 2018.

MORAES, Carolina Farias. As torcedoras querem (poder) torcer. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade) – Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.

NEVES, Rafael. “Proposta na Câmara barra mulheres trans no esporte feminino”. Portal Congresso em Foco, 03 de maio de 2019. Acesso em 24/06/2020.

NUNES, Vanessa Ester Ferreira; PÓRTERO, Cristina Schmidt Silva. “A parada do orgulho LGBT na cidade de São Paulo: manifestação cultural de empoderamento e combate ao preconceito”. Boletim do Observatório da Diversidade Cultural, v. 83, n. 03/2019 – maio/junho 2019, pp. 51-62. Acesso em: 20/06/2020.

PINTO, Maurício Rodrigues. “O ‘selinho’ que expôs o preconceito”. In Ludopédio, 07 de setembro de 2018. Acesso em 24/06/2020.

_______ “A ‘praga’ da FlaGay e o ‘desbunde’ guei no futebol brasileiro”. In Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (REBEH), v. 1, n, 04, 2018, pp. 102-123. Acesso em 24/06/2020.

_______ Pelo direito de torcer: das torcidas gays aos movimentos de torcedores contrários ao machismo e à homofobia no futebol. Dissertação (Mestrado em Mudança Social e Participação Política) – Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

PIRES, Breiller. “As jogadoras da seleção se orgulham de suas histórias de amor”. In El País, 23 de junho de 2019. Acesso em 21/06/2020.

_______ “Com homofobia não tem jogo”. In El País, 27 de agosto de 2019. Acesso em 21/06/2020.

POTIGUARA, Ronaldo. Transcrição e edição de relato durante o evento “Democracia em campo: Futebol, política e diferença no Brasil contemporâneo”, em 16 de junho de 2020.

PISANI, Mariane da Silva. “Sou feita de chuva, sol e barro”: o futebol de mulheres praticado na cidade de São Paulo. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

RUBIN, Gayle. “Pensando o sexo: notas para uma teoria radical da política da sexualidade”. In: ______. Políticas do sexo. São Paulo: Ubu, 2017, p. 62-128.

SÃO PAULO (Estado). Assembleia Legislativa. Projeto de lei 346/2019, de 02/04/2019. Estabelece o sexo biológico como o único critério para definição do gênero de competidores em partidas esportivas oficiais no Estado. Acesso em 21/06/2020.

SILVA, Giovana Capucim e. Narrativas sobre o futebol feminino na imprensa paulista: entre a proibição e a regulamentação (1965-1983). Dissertação de mestrado em História Social, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP). São Paulo, 2015.

TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2000.

VIEIRA, Pedro. Relato concedido a Maurício Rodrigues Pinto, em 01 de junho de 2020.


1 “Democracia em campo: Futebol, política e diferença no Brasil contemporâneo” contou com a participação de Isadora (representando o Dandara FC), Julia Belas (jornalista), Roberta Pereira da Silva (PUC-SP) e Ronaldo Potiguara (jogador e presidente do Borboletas FC) e a mediação de Daniela Sales (UFPE). Clique aqui para assistir o debate.

2 Dentre outras denominações correntes, adoto neste trabalho a nomenclatura LGBTQI+ sigla que se refere às pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Queer, Intersexo e outras variantes em termos de identidade de gênero e orientações sexuais que dissonantes da matriz heterossexual.

3 Sobre o desbunde, diz João Silvério Trevisan (2000, p. 284): “Daí porque uma das palavras-chave do período foi o “desbunde” ou “desbum”. Alguém desbundava justamente quando mandava às favas – sob aparência frequente de irresponsabilidade – os compromissos com a direita e a esquerda militarizadas da época, para mergulhar numa liberação individual, baseada na solidariedade não-partidária e muitas vezes associada ao consumo de drogas ou à homossexualidade…”.

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Maurício Rodrigues Pinto

Bacharel em História, pela Universidade de São Paulo (USP, com especialização em Sociopsicologia, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e mestre pelo programa interdisciplinar Mudança Social e Participação Política, da USP. Corinthiano, no seu mestrado pesquisou masculinidades e a atuação de movimentos de torcedorxs contrários à homofobia e ao machismo no futebol brasileiro. Integrou o coletivo HLGBT (Histórias de Vida LGBT) e participou do projeto que resultou no livro “Histórias de Todas as Cores: Memórias Ilustradas LGBT”, projeto selecionado pelo Programa de Ação Cultural da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo (ProaC), no edital de Promoção das Manifestações Culturais com Temática LGBT.

Como citar

PINTO, Maurício Rodrigues. Futebol, disputas sexuais e o orgulho LGBTQI+. Ludopédio, São Paulo, v. 132, n. 64, 2020.
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