De volta à Bundesliga em 2002, o Hannover 96 se consolidara um dos times mais emergentes do futebol alemão. Desde sua volta ao futebol de elite no país, alguns renomados jogadores passariam pelo clube, bem como Gerald Asamoah, Sebastian Kehl e em especial Robert Enke. Goleiro com passagens pelo Barcelona e Benfica estava no Hannover desde 2004 e após 164 partidas, perderia sua vida em uma tragédia que traumatizou toda a Alemanha.
Goleiro de grande popularidade, com convocações para a Alemanha de base e principal (2007/09), Enke foi eleito capitão do time por seus companheiros. Após ser especulado em outros times, também foi eleito o melhor goleiro de 2008/09 – sua última temporada.
Tragédia
Apesar de saudável fisicamente, Robert Enke sofria de depressão há pelo menos 6 anos. Filho de um psicólogo esportivo, Enke cometeu suicídio em 10 de novembro de 2009, quando na época era um dos mais cotados goleiros para irem à Copa de 2010. Ainda que os reais motivos de sua morte sejam desconhecidos, Enke se jogou em frente ao trem expresso, em Rübenberge. De acordo com Teresa, sua viúva, a saúde mental de Enke agravou após a morte de Lara, sua filha, em meados de 2006.
Contudo, depois de partir, Enke foi homenageado em diversas oportunidades dentro e fora da Alemanha. Logo após a notícia, cerca de 40 mil torcedores do Hannover foram ao estádio AWD-Arena para se despedirem do goleiro e ídolo. Além disso o Barcelona fez um minuto de silêncio, a seleção alemã cancelou um amistoso contra o Chile, que seria dia 14/09.
Legado
A perda de Robert Enke fez nascer a fundação que leva seu nome, que visa tratar da saúde mental de jogadores de futebol. Na ocasião, a Associação de Futebol, o Hannover 96 e a federação alemã criaram o instituto em conjunto. Sua história virou biografia: Ronald Reng, A Life too Short: The Tragedy of Robert Enke (2011). Essa obra seria premiada como o livro do ano pela categoria literatura esportiva patrocinada pela casa de apostas William Hill.
Carreira
Natural de Jena, Alemanha, iniciou sua carreira no time da cidade, o Carl Zeinss Jena (95/96). Após três temporadas no Monchengladbach, Enke se transferiu ao Benfica. Apesar do apoio do grupo na época e até nomeado capitão, Enke sofreria com ataques de pânico agravado com a pior série sem títulos do Benfica na época. Ainda assim, com boas atuações em campo, Enke atrairia atenção do Barcelona, que venceu o Manchester United pela sua contratação, em 2002.
No entanto sem espaço no Barcelona e diante de um novato chamado Victor Valdés, Enke foi emprestado ao Fenerbahçe e posteriormente ao Tenerife, antes de voltar à Alemanha. Contudo, já em baixa, veio sem custos ao Hannover 96, o que seria a virada de sua carreira. Eleito o melhor goleiro da Bundesliga pela revista Kicker na temporada de sua volta, também foi o melhor goleiro em 2008/09, eleito pelos colegas de time.
Por fim, já próximos da Copa do Mundo de 2010, Enke foi um dos goleiros testados por Low após aposentadoria de Lehmann, em 2008. Após 8 partidas pela seleção, era cotado para ser o goleiro 1 da Alemanha na Copa, na frente de Manuel Neuer inclusive, até que em novembro de 2009 a tragédia tirasse sua vida.
Danke, Enke!
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