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O dia que o Brasil, de Romário e Bebeto, chorou nas Olimpíadas

Gabriel de Oliveira Costa 25 de agosto de 2023

O ano era 1988 e acontecia as Olimpíadas em Seul, Coréia do Sul. No futebol, o Brasil chegaria na final em busca do até então inédito ouro olímpico, entretanto o adversário era uma forte União Soviética. Apesar de a URSS na época, caminhar politicamente para sua quebra, ocasionando no surgimento de diversos países como a Rússia, Ucrânia, Belarus, entre outros, que estão em categorias emergentes no futebol global.

Contudo, o Brasil era o grande favorito. Diante da enorme popularidade por ser tricampeão mundial, enquanto os soviéticos jamais tivessem levantado o troféu da Copa do Mundo. Além disso o Brasil tinha o surgimento de uma dupla que seria uma das maiores da história – Romário e Bebeto. Romário que havia surgido como um fenômeno em meados de 1985, pelo Vasco da Gama, estava no ano em que trocou o clube pelo PSV, da Holanda. Bicampeão carioca na época, Romário tinha 22 anos e jogaria pela primeira vez junto de Bebeto, de 24 anos, jogador do Flamengo – atual campeão brasileiro na época.

Junto deles o Brasil ainda teriam estrelas do futebol nacional no time, que seriam base do time titular tetra em 94. Aos exemplos de Taffarel e Jorginho, o quarteto incluindo Bebeto e Romário, seriam pilares no título mundial da seleção brasileira nos Estados Unidos futuramente. Entretanto, voltando para 1988, a seleção comandada por Carlos Alberto Silva também tinha jovens promessas como: Neto (Guarani), Careca (Cruzeiro), Andrade (Flamengo) e L.C. Winck (Internacional).

Seleção 1988
Fonte: divulgação

A partida

Diante de 74 mil pessoas no estádio olímpico de Seul, Brasil e União Soviética se enfrentavam pelo ouro olímpico do futebol em 1988. Para a partida, o Brasil entrou em campo com: Taffarel; LC. Winck, Aloísio, André Cruz e Jorginho;  Andrade, Milton e Neto; Careca, Romário e Bebeto. Edmar (73) e João Paulo (75) entraram no jogo nos lugares de Neto e Bebeto.

Apesar das grandes expectativas, o Brasil de fato começou bem o jogo e logo aos 29 minutos, Romário abriu o placar. Artilheiro das Olimpíadas com 7 gols, Romário daria indícios de que a seleção brasileira iria conquistar seu primeiro ouro olímpico na história. Contudo, em uma segunda etapa fraca, os soviéticos empataram com Dobrovolski (60), de pênalti. A água no chopp viria na prorrogação, com Savichev, que sairia do banco de reservas e aos 103 minutos faria o gol do ouro para os soviéticos.

Sem o sonhado ouro, o Brasil perdeu a chance de empolgar as expectativas para a Copa do Mundo de 1990. Ainda assim, um dos legados dessa campanha foi a criação da dupla Romário e Bebeto, que profissionalmente jamais seriam derrotados juntos. Desde sempre, ambos juntos, jogaram 23 vezes e nunca perderiam um jogo. Após alguns anos, a dupla seria um dos pilares no título do tetra, em 1994. Tamanho sucesso fez com que parte da imprensa e a torcida brasileira pedisse a sequência da dupla para a Copa de 1998, mesmo com Ronaldo Fenômeno já melhor do mundo, fosse o titular.

Posteriormente o Brasil ainda iria bater na trave algumas vezes, com derrotas vexatórias nas Olimpíadas, como a derrota para Camarões (2000) por 2-1 e a perda do título para o México (2012), também por 2-1. A reviravolta só aconteceria no Rio de Janeiro, em 2016, com o ouro inédito diante da Alemanha, com Neymar protagonista e depois mais um ouro, diante da Espanha, nas Olimpíadas de Tóquio (2021).

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Gabriel de Oliveira Costa

Jornalista carioca, tenho 22 anos. Apaixonado por futebol, fator principal pelo qual sou motivado para trabalhar com  a comunicação social, desde março realizo trabalhos direcionados ao conteúdo esportivo. Há dois anos trabalho com pautas de economia e política.

Como citar

COSTA, Gabriel de Oliveira. O dia que o Brasil, de Romário e Bebeto, chorou nas Olimpíadas. Ludopédio, São Paulo, v. 170, n. 25, 2023.
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