Após inúmeros dias de luta, em 2022, finalmente os dias de glória voltaram aos gramados do Rio Grande do Norte
De fato, 2022 foi um ano bastante marcante e memorável a todos os torcedores potiguares. Depois de inúmeros tropeços e decepções acumuladas nas últimas temporadas, enfim pode-se soltar um suspiro de alívio com um choro de felicidade.
Um futebol com história rica em conquistas e feitos. Uma região que teve um time eliminando campeão da Libertadores com um jogador campeão mundial pela Seleção Brasileira. O gigante Vasco da Gama, do Baixinho Romário sucumbiu ao Baraúnas na Copa do Brasil de 2005.
Pela Copa do Brasil de 2014, num dos maiores templos do futebol brasileiro, o Maracanã, foi a vez do América espantar o país aplicando um sonoro 5 a 2 sobre o Fluminense, após ser taxado como eliminado por conta do resultado do jogo de ida, quando perdeu por 3 a 0.
O estado que abriga o maior do detentor do recorde mundial de títulos de uma mesma competição, encontrava-se irreconhecível nas últimas temporadas.
Nos braços da torcida: do pesadelo da Série D ao sonhado título nacional
Após ser rebaixado em 2016 para a Série D, o América viveu um verdadeiro pesadelo na competição. O clube passou seis anos acumulando frustrações, sempre deixando escapar o tão sonhado acesso.
Mas um fator foi essencial para o desejado acesso: o torcedor alvirrubro. Nos piores e melhores momentos, a torcida estava lá para apoiar seu time.
Durante a fase de grupos, o Mecão viveu momentos de perigo. Com chances reais de pôr em risco sua classificação para o mata-mata. Com idas e vindas de treinadores, Leandro Sena retornou ao comando técnico e colocou o alvirrubro nos trilhos certos, empurrado pelo torcedor.
No momento em que o time mais precisou, mas sentiu que precisava tirar forças de onde já não tinha, a torcida alvirrubra foi essa força. Perdendo o acesso em casa para o Caxias, empurrado pelo torcedor, o América conseguiu virar o placar.
Dos pés de Téssio, com um desvio no caminho, saiu o tão sonhado gol que garantiu o retorno à terceira divisão após seis anos duros na Série D.
Coroando o ano, a equipe se classificou para a grande final do Brasileiro. O América voltava a disputar um título nacional após 17 anos, quando foi vice-campeão da Série C, em 2005. Com a força da torcida no primeiro jogo em Natal, o alvirrubro conseguiu um resultado expressivo para disputar o título nos domínios do Pouso Alegre, em Minas Gerais.
O placar de 1 a 0 para os donos da casa não foi suficiente para tirar a taça da Rodrigues Alves. Para encerrar com chave de ouro um ano memorável para o alvirrubro, o América consagrou-se campeão brasileiro pela primeira vez em sua história centenária.
Com a força da Frasqueira: de inúmeros rebaixamentos à dois acessos consecutivos
Depois de um rebaixamento como 19º colocado na Série B, o alvinegro buscava a reabilitação para retornar à segunda divisão. Porém, o caminho não foi fácil.
Em 2018, depois de um início avassalador na temporada com direito a conquista dos dois turnos do Estadual. O torcedor vivia a expectativa de uma boa campanha no Brasileiro, porém tornou-se uma decepção. A equipe bateu na trave e não se classificou para disputar o acesso.
No ano seguinte, o rebaixamento para a quarta divisão. O torcedor assistia de perto mais uma frustração do clube do seu coração. Wallyson que havia retornado com a missão de salvar o time que o revelou para o futebol, não conseguiu evitar o pior.
Com a eliminação precoce em 2020, o torcedor vivia o receio de repetir o que seu maior rival passava: o pesadelo da Série D. Mas 2021 foi diferente, empurrado pelos braços da Frasqueira, Wallyson repetiu 2007 e subiu seu clube do coração para a Série C em 2022.
Não tinha quem não colocasse o ABC fora das equipes candidatas ao acesso para a segunda divisão. Nem mesmo a diretoria, que traçava um planejamento de manter-se na terceira divisão. Mas o torcedor alvinegro nunca deixou de acreditar.
Batendo de frente com equipes de maior poderio financeiro, o ABC manteve-se sempre dentro da zona de classificação para o quadrangular final. Invicto dentro dos seus domínios, o Mais Querido consolidou-se como uma das principais equipes da primeira fase.
Classificado para o quadrangular no “Grupo da Morte” com Figueirense, Paysandu e Vitória, novamente o ABC foi taxado como o “patinho feio”. Mas com os pés no chão, o time provou que todos estavam errados.
Com uma rodada de antecedência, a equipe potiguar tornou-se a primeira a garantir o acesso à Série B de 2023, vencendo o Paysandu por 1 a 0.
Com apenas um gol sofrido em seis jogos e nenhuma derrota, o clube fez uma campanha que merece todos os aplausos. Principalmente a Fernando Marchiori.
Apesar do vice-campeonato na Série C, o torcedor alvinegro deve se orgulhar do que viveu nos últimos dois anos, mas principalmente em 2022.
O clube mostrou a força e o peso da sua história e novamente empurrado pela Frasqueira, no mesmo gol, garantiu o acesso.
Um novo horizonte
O futebol potiguar volta a trilhar um novo caminho, podendo alçar novos voos como já conseguiu em anos anteriores.
Em 2023 serão quatro equipes disputando o Campeonato Brasileiro: ABC (Série B), América (Série C), Globo e Potiguar de Mossoró (Série D).
Com novas histórias podendo ser escritas em mais um capítulo do futebol do nosso Rio Grande do Norte.